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Marta Matamoros

(Líder sindical panamenha)
1909 -


Líder sindical panamenha, fundadora da Uniòn Nacional de Mujeres Panameñas, a UNAMUP, organização feminina de trabalhadoras e profissionais, cultural na defesa da soberania e autodeterminação dos povos, direitos humanos e ocupações sociais. Filha da dona de casa Josefa Figueroa de Matamoros, foi fortemente influenciada pelas concepções sociais de seu pai, o costarriquenho Gonzálo Matamoros, um admirador da Revolução francesa, soldado da Independência e fundador da Banda Republicana, que lhe transmitiu os valores nacionalistas e humanitários que a têm guiado por toda sua vida. Costureira de profissão e fugindo da rotina doméstica, tornou-se funcionária de uma fábrica de têxteis (1941), onde viveu as precárias, humilhantes e insalubres condições dos trabalhadores, especialmente as mulheres e lá, amadureceu sua verve sindical. Inicialmente trabalhou no Corte Inglés, uma fábrica de confecções, depois passou para a Mascota e em seguida para e Sastrería del Bazar Francés. Ingressou no Sindicato de Sastres y Similares (1945) fundado dois anos antes, dando inicio a sua larga e árdua luta em prol dos direitos dos menos favorecidos. Em busca de uma legislação trabalhista que favorecesse as trabalhadoras panamenhas, tanto salariais como do ponto de vista da maternidade, por exemplo, iniciou uma luta nacionalista (1946) participando intensamente da criação do Código de Trabajo, um conjunto de reivindicações trabalhistas, que culminou com protestos contra o Convenio Filós-Hines e na marcha de Colón (1947). Foi eleita Secretaria General de la Federación de Trabajadores (1952), período em que passou a sofrer mais intensamente perseguições política e muitas sentenças judiciais. Por exemplo, durante uma greve dos motoristas foi encarcerada em regime incomunicável por 99 dias, ficando reclusa por algumas semanas na área mais temida do Cárcel Modelo: La Macarela. Filiou-se ao Partido del Pueblo, o partido comunista do Panamá, chegando a ser parte de sua direção política. A partir de então freqüentou os mais importantes encontros do trabalhismo internacional na América, Europa e Oriente. Devido a idade avançada hoje em dia não mais consegue participar ativamente das reivindicações sociais do povo panamenho, mas seu coração, enquanto bater em seu peito, sempre estará ao lado dos trabalhadores. Hoje mora em um apartamento em Santa Ana, solitária mas íntegra, escrevendo artigos e expressando suas opiniões, especialmente em relação às reformas propostas ao Código de Trabajo.

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