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Maurício Oscar da Rocha e Silva

(Médico, farmacêutico e químico brasileiro )
1910 - 1983


Médico, farmacêutico e químico brasileiro nascido na cidade do Rio de Janeiro, que ficou conhecido como um dos mais brilhantes cientistas do país pela descoberta de uma potente substância vasodilatadora denominada bradicinina (1948), pesquisando com seu colega Wilson Teixeira Beraldo. Filho do psiquiatra João Olavo da Rocha e Silva, cresceu na Ilha do Governador. Formado em medicina, mudou-se para São Paulo e freqüentou por alguns anos o Instituto Biológico antes de ser contratado (1937) e entre as diversas pesquisas que desenvolveu está a comprovação da toxicidade do alecrim, o Holocalyx glaziovii, que causava uma doença bovina muito comum naquela época. Foi um dos primeiros brasileiros a receber bolsa de estudos da Fundação Guggenheim. Na University College de Londres estudou com Heinz Schild e conheceu o precursor dos estudos sobre histamina, Henry Dale, na Royal Society. No retorno ao Brasil (1947) descobriu a bradicinina. A descoberta foi um marco na área da biologia básica e desencadeou uma vasta lista de pesquisas correlatas e representou uma melhora radical na expectativa e na qualidade de vida dos hipertensos. Paralelamente envolveu-se intensamente na campanha pela criação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a SBPC (1948). Deixou a chefia da Seção de Bioquímica e Farmacodinâmica do Instituto Biológico (1957), quando assumiu o Departamento de Farmacologia e organizou a pós-graduação da Universidade de São Paulo, a FMRP-USP, em Ribeirão Preto, São Paulo (1958-1959). Foi aposentado compulsoriamente (1980), retomou então ao hobby da pintura e morreu aos 73 anos, em São Paulo, no dia 19 de dezembro (1983). Uma importante contribuição derivada do trabalho foi dada por seu discípulo Sérgio Ferreira, que isolou, na década de 60, o veneno da jararaca Bothrops, um princípio ativo capaz de intensificar a resposta à bradicinina e que foi denominado de fator potenciador da bradicinina, a FPB. A bradicinina é um peptídeo encontrado nas células anucleadas presentes no sangue e responsáveis pela coagulação, as plaquetas. O peptídeo é liberado pela ação da tripsina, uma enzima secretada pelo pâncreas, e de certos venenos de serpentes. Tanto a histamina quanto a bradicinina causam vasodilatação, aumentando a capacidade dos vasos sangüíneos devido ao relaxamento das fibras musculares lisas. Assim, o fluxo sangüíneo aumenta e a pressão arterial é reduzida.

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