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Tibério Semprônio Graco

(Tribuno plebeu romano )
164 - 133 a. C.


Tribuno plebeu romano nascido em Roma, um dos célebres irmãos Graco e fundador do partido dos populares, facção radical que pregava reformas em contraposição à oligarquia senatorial. Irmão mais velho de Caio Semprônio Graco (154-121 a. C.), era filho de Cornélia e neto do general Cipião, foi educado por filósofos gregos e seguiu as tradições liberais de sua família, desde o início da carreira em oposição à aristocracia, como questor, cargo de quem era responsável pelas finanças, na Espanha. O ataque ao sistema aristocrático partiu desses dois políticos que descendiam da mais alta nobreza romana. A iniciativa partiu do mais velho, eleito tribuno da plebe (133 a. C.), conhecedor da filosofia grega e admirador de Péricles, ambicionava recriar a classe dos pequenos proprietários e, com essa finalidade, apresentou o projeto de uma lei agrária, que restabeleceria a prática de uma antiga lei. Defendeu sobretudo sua idéia de uma reforma agrária, a fim de eliminar os malefícios decorrentes da proliferação dos latifúndios. Como tribuno da plebe (133 a. C.), estabeleceu com apoio do jovem irmão a Lei Agrária, também chamada de Lei semprônia (133 a. C.), um projeto sobre a limitação das porções do ager publicus, que dava a cada pessoa 500 jeiras de terras (1 jeira = 400 braças quadradas = 0,2 hectares). Ninguém poderia possuir mais de quinhentos jeiras de fazenda e quem tivesse filhos poderia conservar 500 para si, e 250 para cada um dos filhos, e o que sobrasse seria devolvido à República. Apesar de bastante moderadas e simples, as reformas visassem sobretudo beneficiar os pobres, e o projeto dessa lei agrária foi violentamente rechaçada pela nobreza, que conseguiu eleger um dos seus representantes, Otavius, como tribuno, com a missão explícita de vetá-la. Essa manobra dos nobres era perfeitamente legal, mas os Gracos tentaram impor sua administração democrática pela violência, confiados no apoio popular, subestimando a reação dos latifundiários e da nobreza. O tribuno convenceu então a plebe a votar a deposição de Otavius e a aprovar seu projeto, o que era ilegal. Uma vez aprovada a lei agrária, foi nomeada uma comissão de três membros, composta pelos dois irmãos e um cunhado seu, para executar o que a nova lei determinava. Diante da ilegalidade do procedimento que levara à aprovação da lei e por ser contrário ao espírito de sua reforma, o Senado recusou-se a autorizar os gastos necessários para a realização da reforma. Ele voltou a desafiar os poderosos, promovendo uma assembléia tribal que votou um projeto pelo qual as despesas seriam cobertas pelo tesouro do rei Átalo III, de Pérgamo. Por último, quebrou a tradição ao tramar a sua reeleição como tribuno no ano seguinte. Isto aguçou a reação dos senadores e nobres conservadores do partido dos optimates (ricos). Acusado pelos seus adversários de pretender tornar-se tirano, a eleição do tribuno ocorreu num clima de grande turbulência. Decididos a impedir a qualquer custo a sua reeleição, um grupo de senadores liderados por Cipião Nasica, um ex-cônsul e sumo sacerdote, provocou um conflito no fórum, invadiu com seus clientes o Capitólio, templo dedicado a Júpiter e situado na área central de Roma, onde se encontrava o famoso "tribuno plebeu", que ali foi massacrado juntamente com mais de 300 de seus partidários, durante um comício pela sua reeleição. Não obstante, dez anos depois (123 a. C.), Caio Graco foi eleito tribuno, com a intenção de continuar a obra do irmão. Beneficiado por uma lei (125 a. C .), que dava ao tribuno o direito de reeleição, Caio Graco tinha, em tese, condições para concluir o projeto do irmão. Eleito, Caio Graco reapresentou e aplicou a lei agrária, conseguindo distribuir os lotes públicos notadamente em Cápua e Tarento. Em conseqüência da ação desses tribunos a antiga Roma republicana do século II a. C., passou por excelente fase, por causa das reformas sociais realizadas em etapas sucessivas por esses irmãos.

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