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Plinio Correa de Oliveira

(advogado, escritor, pensador, lider católico )
13-12-1908, São Paulo
3-10-1995, São Paulo


Plinio Corrêa de Oliveira inicia sua vida pública em 1933, atuando como líder católico, especialmente nas Congregações Marianas, movimento de grande influência religiosa e expressão nacional em seu tempo.
Deputado Federal aos 24 anos, o mais votado para a Assembléia Constituinte de 1933, na legenda da Liga Eleitoral Católica (LEC), destacou-se desde jovem como grande orador, católico fervoroso. Mais tarde tornou-se diretor de O Legionário, órgão oficioso da Arquidiocese de São Paulo.
Presidente da Junta Arquidiocesana da Ação Católica de São Paulo, soube ele discernir com muita antecedência os erros progressistas que começavam a se infiltrar de modo sorrateiro nas fileiras católicas. Tais erros ameaçavam a integridade moral e ideológica do povo fiel, caso se espalhassem sem encontrar em seu caminho uma denúncia vigorosa e precisa.
Assim, num lance de grande ousadia e coragem, denunciou os desvios que notara no seio da Ação Católica Brasileira – no livro Em Defesa da Ação Católica (1943).
Infelizmente, teve muito peso nessa campanha a atuação de destacados elementos do Clero da época, já então engajados no pré-progressismo, e no liturgicismo pós-modernista.
Anos depois ele qualificou a publicação do livro como uma operação kamikaze, mas hoje em dia estudiosos de várias universidades espalhadas pelo mundo, reconhecem o imenso papel que teve essa a denúncia de Plinio Corrêa de Oliveira, a qual constituiu um golpe mortal contra o liturgicismo e o progressismo então nascente.
Levantou-se contra ele uma campanha de perseguição sistemática e inclemente, no correr da qual ele foi sendo colocado, aos poucos, no silêncio e no ostracismo.
Em poucos anos, o grande orador e guia de multidões entusiasticamente aplaudido pelos católicos, ficara reduzido a liderar um pequeno grupo de nove pessoas.
Em 1949, após um pesado ostracismo, uma carta de elogio a seu livro, escrita em nome do Papa Pio XII, pelo então substituto do Secretário de Estado, Mons. João Baptista Montini, mais tarde Paulo VI, seria uma réstia de luz a iluminar o horizonte turbulento da polêmica e do ostracismo, e uma esperança de mudança na situação.
Em 1951, sob a égide do então Bispo de Campos, D. Antonio de Castro Mayer, Plinio Corrêa de Oliveira inspirou a fundação do jornal “Catolicismo”, hoje revista, através do qual divulgava a doutrina tradicional da Igreja e suas aplicações à sociedade e aos fatos, tudo em oposição aos erros que grassavam nos meios católicos e no mundo em geral. A difusão desses ideais permitiu aglutinar em torno de “Catolicismo” uma corrente de pensamento conservador e contra-revolucionário, numa época em que era bonito afirmar extravagâncias para parecer “moderno”. Em 1959, Plínio Corrêa de Oliveira expõe o conjunto das idéias que defende, de modo concatenado, num livro genial destinado a ter grande influência no Brasil e no Exterior, denominado “Revolução e Contra-Revolução”, verdadeiro tratado resumido de teologia e filosofia da História. No ano seguinte, em 1960, com o crescimento do Grupo, Plínio Corrêa de Oliveira, juntamente com seus fiéis amigos de todas as horas, fundou a Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP), destinada à atuação pública em defesa dos pilares da Civilização Cristã.
Desse núcleo inicial de fundadores, alguns já faleceram, outros cessaram suas atividades públicas por motivos particulares. Os seguintes permanecem atuantes em prol dos mesmos ideais: Luiz Nazareno Teixeira de Assumpção Filho, Eduardo de Barros Brotero, Paulo Corrêa de Brito Filho, Plínio Vidigal Xavier da Silveira, Caio Vidigal Xavier da Silveira, Adolpho Lindenberg, Celso da Costa Carvalho Vidigal.
Pouco depois, a difusão desses ideais começou a fazer-se largamente pelo mundo, dando origem à fundação de associações co-irmãs e autônomas, inspiradas na obra de Plínio Corrêa de Oliveira.
O lobo torna-se mais perigoso quando travestido de ovelha. A Reforma Agrária socialista e confiscatória só poderia ter sucesso se contasse com o apoio e a aprovação da opinião pública católica, francamente majoritária naquela época. Foi então que, com a colaboração de dois bispos, D. Geraldo de Proença Sigaud, Arcebispo de Diamantina (MG) e D. Antonio Castro Mayer, Bispo de Campos (RJ), Plinio Corrêa de Oliveira escreveu o livro “Reforma Agrária, Questão de Consciência”, levantando o problema moral de que um católico não pode receber uma terra fruto de confisco. Sendo este um roubo praticado pelo Estado, é cúmplice do roubo quem recebe a terra confiscada e, portanto, estaria pecando contra o 7º e o 10º Mandamentos da Lei de Deus (“Não roubarás” e “Não cobiçarás as coisas alheias”).

Notando a existência de um crescente comprometimento de elementos do Clero e do laicato católico com o esquerdismo, mormente aqui no Brasil, Plinio Corrêa de Oliveira promoveu, em 1968, um abaixo-assinado a Paulo VI, pedindo medidas urgentes contra a infiltração esquerdista nos meios católicos. O êxito da iniciativa, que atingiu mais de 1.600.000 assinaturas em
A atuação de Plínio Corrêa de Oliveira criou indubitavelmente um pólo inequívoco de pensamento, contrário ao comunismo em suas várias formas claras ou disfarçadas, em face do qual costumam situar-se tanto simpatizantes quanto oponentes. Sua produção intelectual é imensa. Escreveu numerosas obras, ensaios, manifestos, artigos, milhares de suas conferências foram gravadas e depois impressas.
Foi também um eficaz homem de ação: promoveu diversas campanhas, dentre as quais destacamos dois lances marcantes: o Manifesto de Resistência contra a política de distensão do Vaticano com regimes comunistas, em 1974, e o Manifesto de 6 páginas, publicado nos maiores jornais do Ocidente, em 1981, contra a autogestão socialista de Mitterrand, denunciando que
Por ocasião do seu falecimento, em 1995, sua obra, sua doutrina, seus ideais haviam se espalhado em 27 países dos 5 continentes.


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