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VIDA ALVES

(Atriz)
1928-


Vida Alves nasceu na cidade mineira de Itanhandu (MG), a 15 de abril de 1928. Seu pai era um engenheiro civil e poeta modernista de nome Heitor Alves, carioca, que por motivos de saúde foi morar nas Mantiqueiras. Ali conheceu Amélia Scarpa Guedes, filha de fazendeiros e com ela casou-se. Do casamento nasceram cinco filhos, a quem Heitor deu nomes modernos, extravagantes: Helle, Vida, Homem, Poema e Ritmo. Heitor era professor no Colégio Sul Mineiro, e introduziu muitas modificações e modernidades no ensino, como aulas práticas de química, concursos, etc. Mas o engenheiro veio a falecer, após oito anos de casamento. Amélia, viúva, e sem amparo, pois o que tinha gastou na doença do marido, veio para São Paulo. Foram morar na casa da avó materna. Vida estava com seis anos de idade. Dificuldades muitas, e criatividade também. Vida e a irmã Helle, um ano mais velha, gostavam de brincar de teatro, chegando a encenar peças, que representavam em cima da mesa da casa da avó. Convidavam os vizinhos para representarem e os adultos para assistir. Logo aos dez anos Vida participou de um programa de rádio. Mas começou sua carreira no "Clube do Papai Noel", de Homero Silva, na Rádio Difusora de São Paulo. Era cantora-mirim, e gostava de imitar Carmem Miranda. Precisava colaborar com a "renda familiar" e assim conseguiu um papel de "menino", na novela "A Vingança do Judeu", dirigida por Oduvaldo Viana, na Rádio São Paulo. Daí a receber o primeiro contrato foi um passo. Passou a integrar o elenco radioteatral da Rádio Panamericana, tendo passado por várias emissoras de rádio, pois nessa época, por motivos políticos as estações mudaram de dono, e Vida foi despedida cinco vezes de emprego, em pouco mais de um ano. Até que chegou à Rádio Tupi, onde foi contratada por Walter Forster. Estava com dezoito anos, e seu teste foi feito pelo então sonoplasta, Lima Duarte. Nessa emissora Vida ficou 22 anos. E foi aí que entrou para a televisão, pois Assis Chateaubriand lançou a primeira emissora da América Latina, em 18 de setembro de 1950. Vida também havia ingressado, em 1947, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. E no último dia de 1949, casou-se com Gianni Gasparinetti, engenheiro italiano, recém chegado da Itália, e que fora contratado para erguer a Televisão Tupi, no Brasil. A carreira de Vida cresceu muito, pois ela começou a escrever para o rádio e para a televisão. Para as Rádios Tupi e Difusora escreveu 14 novelas e para a Televisão Tupi escreveu novelas e programas e entre eles o programa que fez mais sucesso foi "Tribunal do Coração", em que Vida Alves aproveitava um pouco do que havia aprendido na Faculdade de Direito e encenava casos, que eram julgados, como se fosse um juri de verdade. Era um verdadeiro programa interativo, pois os jurados eram convidados entre os espectadores, e decidiam o final: "Culpado ou Inocente". Vida, não satisfeita, criou outros programas e foi também atriz. Participou de muitos "TV de Vanguarda", de Walter George Durst e Dionizio Azevedo e "TV de Comédia", de Geraldo Vietri. Fez sucesso, foi bem sucedida. Mas, irriquieta, montou uma Academia de Rádio e TV - ART, em que preparava atores novos. Teve, logo que se casou, dois filhos: Heitor e Thais, e os carregava para a emissora, desde a mais tenra idade. Foi também Vida que participou da primeira novela televisiva, escrita e interpretada por Walter Forster, de nome "Sua Vida Me Pertence", onde houve o primeiro beijo na telinha, "escândalo" para a época, embora fosse um beijo leve e delicado. Vida Alves também montou, mais tarde, uma empresa: "Vida Produções", em que programas eram gravados e distribuídos em rede, pelo interior de São Paulo. Em 1978, já viúva, Vida passou por uma fase difícil e acabou por se afastar da televisão. Junto com sua filha Thais, dedicou-se a sua nova empresa "Vida Alves de Comunicação", que foi inaugurada em 1982 e perdura até hoje, onde se dedica a treinar executivos, empresários e políticos, na arte de bem se expressar. Com prêmios no rádio e na televisão, Vida Alves, porém, por saudade e inquietude, fundou a Associação dos Pioneiros da Televisão Brasileira - APITE, onde visa manter viva a memória da televisão do Brasil, e erguer um Museu para isso. Essa é Vida Alves: batalhadora, irriquieta, líder, perseverante e que hoje trabalha todas as horas do seu dia, ora dando aulas e treinando pessoas, ora na frente dos "Pioneiros", tratando a todos com muito carinho e amor.


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