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Carlos da Terra

(Adestrador e escritor)



No final da década de 70, os métodos de adestramento variavam muito pouco, mas a tônica entre eles era a mesma: o animal executaria uma tarefa para escapar da dor, ou de uma ameaça. O adestrador visava principalmente, subjugar o animal de modo a impingir-lhe autoridade; era comum ouvir-se frases como: "você tem que mostrar a ele (o cão) quem é que manda". Esta forma de trabalho era utilizada principalmente pela polícia e servia como modelo aos que desejavam adentrar à este fascinante mundo do adestramento. A "visão" militar ainda encontra muitos simpatizantes, mas foi fortemente abalada pela exposição de um método alternativo. Animais artistas como os cães Rin-Tin-Tin e Lassie, e também os cavalos como Silver e Trigher, sempre exerceram enorme fascínio sobre mim, desde a infância, e despertaram-me forte desejo em "Ter" um animal assim. Na década de 60 comecei a produzir um método com novas técnicas visando aprimorar a performance dos animais adestrados. Pondo em prática, adestrei uma cachorrinha cujo nome era LUPA. Eu lhe dei este nome porque tinha como objetivo "ver" através dela as nuances do adestramento. Assim se deu. A Lupa começou a causar espanto aos vizinhos e colegas de faculdade. Na ocasião eu era professor da rede oficial de ensino e curiosamente eu comecei a ser procurado para adestrar outros animais. Não existia, praticamente, nesta época adestradores profissionais. Lembro-me que, na ocasião, tinha dúvidas se seria correto usar o termo "adestramento domiciliar". Meus anúncios em jornais eram praticamente os únicos do gênero. Comecei a usar este termo e trabalhei com inúmeros cães, fazendo até os dias de hoje esse trabalho. Hoje em dia aceita-se com relativa facilidade que um adestrador possa adestrar animais de várias espécies, mas quando iniciei os trabalhos, causava grande espanto quando eu dizia que adestrava qualquer tipo de animal. Muitas vezes fui submetido à provas, devido às pessoas imaginarem como impossível esta tarefa. Hoje se verifica, não só como possível, como também lógico. Adestrei ratos, pombos, gatos, macacos, cães, cavalos etc., porém, a grande procura, indiscutivelmente foi dos proprietários de cães. Os primeiros artigos que escrevi foram para o JORNAL AGRÍCOLA AGRODORA de nºs 28 ano V e 31 ano VI. No início da década de 80 o jornal FOLHA DE SÃO PAULO publicou uma matéria no suplemento agrofolha destacando o nosso adestramento geral. Outras matérias publicadas por esse jornal deram ênfase a cursos de adestramento que realizamos e também ao adestramento do cavalo Barravento, que com apenas 13 meses de idade conseguiu destaque aparecendo nessa matéria, ajoelhado naturalmente, sem qualquer tipo de pressão; a matéria ressaltou a precocidade dessa aprendizagem devido à tenra idade do animal. O jornal GAZETA DE VILA PRUDENTE, publicou matéria de quase uma página sobre o assunto ressaltando a instalação do nosso estúdio, sede própria, em São Paulo, nesse bairro, que se destinava ao adestramento de animais para os diversos fins. Comecei a difundir a idéia de que os animais que trabalhavam em comerciais de TV, precisavam aparecer fazendo alguma coisa e não simplesmente aparecer como rigorosamente acontecia. Outra publicação importante, já em abril de 92 foi a da REVISTA HIPPUS. Essa revista especializada em cavalos publicou na sessão Mangalarga, extensa matéria tendo como destaque a foto do Barravento ajoelhado livremente. A matéria ressaltou a inexistência de pressões dolorosas ou assustadoras no adestramento do cavalo Barravento, decorrendo daí beleza e harmonia inusitadas. Logo que iniciei os meus trabalhos fui convidado para inúmeros programas de televisão. Um dos primeiros foi de entrevista e nessa ocasião eu apresentei a minha collie Ísis, ainda filhote. O entrevistador era o Dr. Philipe Giacobini, médico veterinário que realizava um segmento do programa ELA da TV Bandeirantes, em São Paulo. Outros programas de entrevista foram os da Sílvia Popovic, em diversas oportunidades para a TV Record e TV Bandeirantes, na CBN cedemos entrevista à jornalista Cláudia Matarazzo no programa Manhã Paulista e para o programa de variedades apresentado por Helô Pinheiro. Para a TV Capital, de Brasília, gravamos um programa de entrevista de 30 minutos de duração o que representou atração exclusiva para o mesmo. A Rádio Bandeirantes, através do repórter Baia Filho também levou ao ar nossa palavra sobre adestramento. Em outra oportunidade, a mesma emissora, através do repórter Lúcio Tabarelli, também nos ouviu para o programa Manhã Bandeirantes. Já no início dos nossos trabalhos, éramos seguidamente convidados a apresentar a cachorra Ísis em quase todos os programas infantis da TV. A cachorra Ísis se tornou uma collie extraordinária; Ainda filhote ela foi convidada à fazer um show para pessoas especializadas na chácara do Presidente do Collie Clube Paulista, recebendo na ocasião, marcantes aplausos e elogios. À seguir iniciaram-se os trabalhos citados em que encheu de emoções as fantasias infantis. Freqüentamos os mais diversos programas de TV, destacando-se os infantis Tic Tac, Tarde Maior, Chocolate para Crianças, TV Criança, Show Maravilha e Xou da Xuxa entre outros. Programas de TV que alcançaram enorme destaque foram os "TUDO POR DINHEIRO" do apresentador Sílvio Santos; foram vários e repercutiram intensamente, levando a emissora a reprisar um deles. Participamos de programas em teatro e foram muitos os shows em festas de aniversário, empresas, clubes e exposições como a Cães e Cia e em estádios de futebol. Em praça pública e em escolas levamos o show sob patrocínio da PREFEITURA DE SÃO PAULO, Anhembi promoções de eventos externos, em muitas oportunidades. Várias palestras foram efetuadas, destacando-se uma para o LICÉE PASTEUR em São Paulo e outra no Colégio Santa Marina que contou com vários profissionais das mais diversas áreas encontrando-se entre estes profissionais o conhecido escritor de histórias em quadrinhos, Maurício de Souza. No ano de 1996 mudei-me para Itapetininga, interior de São Paulo, para realizar na chácara uma escola para cães e onde apresento também o cavalo adestrado de nome BARRAVENTO que foi matéria da revista HIPPUS. Tão logo nos estabelecemos nesta cidade fomos convidados a participar de alguns programas na SP SUL TV (emissora local), e matérias em rádio e jornais, também locais. Estes, entre outros trabalhos, forneceram subsídios para o meu mais recente trabalho. Trata-se de um livro com aproximadamente 100 páginas que se diferencia dos demais, na praça, por apresentar-se comentado e de leitura fácil e agradável, levando o leitor a "ver" o seu animal por outros prismas. Esse livro é ilustrado com diversas fotos, muitas delas extraídas das experiências relatadas aqui. A Editora Nobel lançou o livro "O Cão Adestrado" que rapidamente se tornou um best seller! Em meados de julho de 2004 a Editora Nobel lançará meu novo livro intitulado "Caminhos Cruzados" que levará o leitor à uma integração cósmica, efetiva, envolvendo animais, homens e natureza em um plano espiritual superior.



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