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BONI (JOSÉ BONIFÁCIO DE OLIVEIRA SOBRINHO)

(Homem de televisão)
1935-


José Bonifácio de Oliveira Sobrinho foi apelidado pela mãe de Boni, desde a infância. Nasceu a 30 de novembro de 1935 na cidade de Osasco, São Paulo. Sua mãe é Joaquina de Oliveira, “Quina” de Oliveira, no mundo da literatura e o pai Orlando de Oliveira, conhecido como Caçula. Tem um irmão Guga, que também é de televisão. Desde cedo Boni acompanhava o pai às estações de rádio, onde este trabalhava. Mas o pai morreu quando o garoto só tinha sete anos e então ele foi enviado para um colégio interno, o Liceu Coração de Jesus, na capital paulista. De lá foi para o Rio de Janeiro, onde a mãe tinha parentes. Mas aí também sua atividade principal era acompanhar a tia Sandra Brank, à Rádio Clube do Brasil, e à Rádio Nacional do Rio. O diretor dali era o Dias Gomes e Boni se ligou tanto ao dramaturgo, que “ia junto até no banheiro”, segundo diz. Apareceu então a oportunidade de escrever para o programa ”Clube Juvenil Toddy”, e Boni assim começou sua carreira. Tinha, porém, uma tia em São Paulo que, por ser cabeleireira, era amiga da esposa de Manoel de Nobrega, que era de rádio, e também da esposa de Rodolfo Lima Martensen, grande nome na publicidade. Em São Paulo foi logo à Televisão Tupi e ali começou a escrever o “Gremio Juvenil Tupi”, no estilo do que fazia no Rio de Janeiro. Boni estava com dezessete anos e fazia de seus colegas, seus mestres. Aprendeu muito com Theófilo de Barros Filho, Tulio de Lemos e outros mais. Foi ator algumas vezes, mas o que gostava mesmo era de escrever. Ficou na TV Tupi até 1954, quando passou para a TV Paulista e com dezenove anos, já era assistente da direção artística. O moço aprendia rápido e rapidamente também mudava de emprego. Passou a escrever capas de discos na R.G.E. Depois passou para a publicidade na Lintas Propaganda, com Roberto Lima Martensen. Sempre ligado à televisão, sua paixão, de perto supervisionava programas e interferia neles. Assim foi com “Lever no espaço”, primeiro tele-teatro sobre ficção científica. Isso feito ao vivo. Erros, equívocos, mas ousadia e realização. Essa era a vida do jovem Boni. Em 1966 Boni voltou à TV Tupi, já como diretor do “Telecentro” . Tinha já passado por quase todas as emissoras de televisão e três ou quatro agências de publicidade. Fundou sua própria agencia, a “Proeme”. Fez dupla com Walter Clark, e com ele esteve na TV Excelsior . Para reestruturá-la levaram para lá o Chico Anisio. O sonho de Boni e de Walter Clark era implantar uma rede nacional de televisão. Logo depois, apareceu em sua vida o Roberto Marinho e a TV Globo. Foi a mudança de tudo. Nada mais de saídas e entradas em outras emissoras. Boni ficou aí permanentemente. E, já que conseguiu “carta-branca”, fez de tudo. Foi acertado com o Dr. Roberto uma participação nos lucros, que demorou para vir, uns três ou quatro anos. Mas Boni perseverou. Imaginou e implantou uma grade ideal de programação na TV Globo. E daí conseguiu chegar ao ponto almejado, que era a rede nacional de televisão. E tudo dentro de um trabalho bem feito, reunindo bons profissionais. Ele, mais o Walter Clark e o Joe Wallack exerceram uma liderança forte e começaram a lançar uma programação imbatível em todo o Brasil. Foram feitos links. Assim foi lançado o “Jornal Nacional”, o “Fantástico”, que existem como líderes de audiência até hoje. Houve o enlace com a Embratel e deixou-se de lado o jeito arcaico dos programas de viajarem de avião de uma praça à outra. Tudo imediato. Tudo instantâneo. Salientaram-se nessa época como seus companheiros, no telejornalismo o Armando Nogueira e Alice Maria. Mais tarde veio da TV Tupi, Daniel Filho e Adilson Pontes Malta. Estes ajudaram a fazer a reformulação na novela brasileira. Grandes nomes foram contratados: Dias Gomes, Janete Clair, Tarcisio Meira, Gloria Menezes e centenas de outros. Foram lançadas novelas de êxito total, como: “Irmãos Coragem”, “Véu de Noiva”, “Gabriela”, adaptada por Walter George Durst, outra grande aquisição. “Roque Santeiro” deu muito trabalho com a censura, mas acabou, dez anos depois, sendo um grande sucesso. Sem dar muita importância às dificuldades, continuava Boni, que se transformou no “todo poderoso”, e que recebe elogios de toda a classe. “Tirando de letra” as dificuldades com a censura, as exigências do Ibope, os problemas com a classe artística, onde, às vezes, precisou ser psicólogo ou psiquiatra, o rapaz foi comandando com galhardia sua nave. A televisão era sua “eterna namorada”, segundo diz. Casado pela primeira vez com vinte e um anos de idade, voltou a casar-se depois, e hoje está casado com Lu. Tem quatro filhos e é um bom pai, orgulhoso de seus filhos. Falando ainda em televisão, Boni diz que se orgulha de ter criado o “Projac”, cidade cenográfica da Globo, e onde atualmente ela está instalada. Hoje Boni é apenas consultor da TV Globo, e tem contrato com ela até dois mil e um. Se diz um pouco em “dieta” , está desintoxicando, mas com um desejo escondido de voltar à luta, “e de namorar de novo” sua eterna namorada, a televisão. Considerado “gênio” por todos os colegas e toda a mídia, ele responde meio encabulado: “Que nada. O que eu sou é aplicado”. E ri, esse moço, criativo, doce, firme, e eternamente pronto para “lutar e vencer”, pois esse é seu destino.

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