Advogado diz que não há provas contra Renan e que denúncia foi feita por desafeto



O relatório do senador Jefferson Péres (PDT-AM) com o pedido de cassação de mandato do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), por supostamente ter adquirido rádios e jornais em Alagoas utilizando-se de terceiros, deveria ser arquivado já que foi elaborado com base em depoimentos de seu adversário político, o usineiro João Lyra, e não há provas. Este foi o argumento utilizado pelo advogado de Calheiros, José Fragoso, durante a defesa de seu cliente na reunião do Conselho de Ética ocorrida nesta quarta-feira (14).

Fragoso lembrou que João Lyra nunca perdoou Renan Calheiros por ter apoiado o nome do então senador Teotônio Vilela Filho para o governo do estado de Alagoas, em detrimento de sua candidatura, nas eleições de 2006.

- A acusação tem por fonte um adversário político do representado, que não o perdoa em face do apoio ao ex-senador e agora governador Teotônio Vilela. Isso frustrou as suas pretensões políticas. Ele perdeu a eleição e credita isso ao apoio de Renan a Teotônio - disse.

O advogado acusou o contador José Hamilton Barbosa, que prestou depoimento ao Conselho de Ética, de "mentir e servir aos interesses de Lyra", ao confirmar uma suposta sociedade secreta entre Lyra e Renan. A verdade, disse, está na declaração do empresário Nazário Pimentel, que afirmou ter vendido as empresas de comunicação a João Lyra, e declarou que Renan nunca foi sócio oculto do usineiro.

O advogado também rebateu pontos do relatório de Jefferson Péres: disse que as várias alterações societárias da Rádio Manguaba se devem ao fato de a empresa ter uma situação complicada, sendo administrada por procuração, mas não há nem um documento sequer que indique a participação de Renan. Mais uma vez afirmou que os negócios entre Tito Uchôa e João Lyra nada têm a ver com Renan, de quem Uchôa é primo.

José Fragoso também desqualificou a folha de papel com várias anotações manuscritas, supostamente de Renan, encontrada entre os documentos enviados pelo empresário João Lyra ao Conselho de Ética. Ele afirmou que a caligrafia não é do senador, e citou que Lyra possui uma gráfica, insinuando que pode ter ocorrido algum tipo de falsificação.

Outra informação de José Fragoso diz que Renan Calheiros ajuizou ações contra Lyra, são seis processos em Alagoas contra O Jornal, de sua propriedade, e explicou que a ação por indenização deve ser contra o veículo, e não contra a pessoa física. A Revista Veja também é objeto de duas ações, na 1ª Vara e na 16ª Vara, pelas 20 edições com ofensas morais ao senador.

14/11/2007

Agência Senado


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