Agenda do etanol não pode ser criada com base nos Estados Unidos, diz assessor da Contag



O Brasil precisa ter cuidado na elaboração da estratégia de produção do etanol para que ela não seja construída de acordo com uma agenda que vá ao encontro aos interesses dos Estados Unidos em detrimento dos brasileiros. O alerta foi feito por Ivaneck Peres Alves, assessor jurídico da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), durante audiência pública que debateu a produção e os problemas do etanol e do biodiesel nesta quarta-feira (18). Alves teme que o investimento no etanol fique perdido mais tarde, por não acreditar na posição dos usineiros brasileiros

- A verdade é que o compromisso dos usineiros com o Brasil e com as questões estratégicas do Brasil não estão consolidados, e não adianta estratégia - disse.

Alves disse temer que a aposta na exportação para os Estados Unidos seja errada, já que acredita ser impossível a mudança da matriz energética daquele país, que, em nome de sua soberania, deve gastar mais em alternativas sobre as quais tenha domínio.

Ainda em uma crítica aos usineiros beneficiadores de álcool, o representante da Contag pediu que o projeto do etanol não seja feito nos moldes do Proálcool, considerado "concentrador de terra e de renda, socialmente injusto e estrategicamente desastroso".

- A cana-de-açúcar produz dois bagaços, o de cana e o humano. O da cana se aproveita para a energia elétrica ou outras cadeias produtivas alternativas. O bagaço humano não tem perspectiva. Só em 2006, mais de dez pessoas morreram por exaustão em São Paulo - disse.



18/04/2007

Agência Senado


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