Aloysio Nunes pede a Dilma que mobilize o país em torno de reformas




O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) cobrou da presidente Dilma Rousseff, na sexta-feira (4), uma diretriz clara e coerente para o país, capaz de mobilizar a opinião pública, os partidos e o Congresso Nacional em torno de um programa de reformas. Falando pela liderança de seu partido em Plenário, o parlamentar apontou várias contradições entre o discurso presidencial, na mensagem ao Congresso, e a prática do governo.

Aloysio Nunes observou que Dilma Rousseff defendeu a melhoria dos gastos públicos, mas manteve o "megalomaníaco" projeto do trem-bala (que deve ligar São Paulo ao Rio de Janeiro) e o "absurdo número" de 37 ministérios herdados de seu antecessor.

O senador disse que o investimento pretendido no trem-bala seria mais bem empregado na revitalização do sistema ferroviário e na melhoria dos transportes coletivos das regiões metropolitanas. Os 37 ministérios herdados do governo Lula, segundo o parlamentar do PSDB, são insuficientes para acomodar "os apetites da base parlamentar mastodôntica" do governo

Outra contradição entre o discurso e a prática, conforme o senador, está na área de meio ambiente, cuja defesa "não se coaduna com o açodamento na construção da usina de Belo Monte". Esse empreendimento, de acordo com Aloysio Nunes, não é sustentável sob todos os pontos de vista: ambiental, econômico, fiscal, energético e de engenharia.

Economia

O parlamentar afirmou que a economia brasileira demanda da presidente da República medidas claras que "contenham o processo inflacionário, estanquem a hemorragia fiscal e protejam a competitividade". Na falta desses sinais, conforme Aloysio Nunes, a inquietação dos agentes econômicos provoca instabilidade, com aumento da inflação e dos juros.

- Se não houver uma ação decisiva do governo, a inflação sairá do controle, e o Brasil continuará sendo, sob o patrocínio da presidente Dilma, o país dos rentistas - afirmou.

No ano passado, segundo o parlamentar, as pessoas que vivem de juros se apropriaram de R$ 200 bilhões, ou seja, 15 vezes mais do que é destinado aos beneficiários do Bolsa Família, programa que atende cerca de 50 milhões de brasileiros.

Déjá vu

Aloysio acusou Dilma Rousseff de "chover no molhado" em sua mensagem ao Congresso e nas primeiras medidas divulgadas. A anunciada política de longo prazo para o salário mínimo, segundo ele, já está na Constituição e teria a finalidade de escapar das pressões de curto prazo por um piso de R$ 580 ou R$ 600.

E a distribuição gratuita de remédios para diabetes e hipertensão, anunciada na quinta-feira (3), "já estava prevista na Lei 11.347, de 27 de setembro de 2006, sancionada pelo presidente Lula", segundo observou.

Dèjá vu absoluto, acrescentou, foi o anúncio de uma articulação de União, estados e municípios para prevenir catástrofes naturais. O plano, lembrou o senador, foi anunciado quatro anos atrás e "não saiu do papel". Ele questionou também o discurso da reforma tributária, que chamou de "a velha pomada maravilha de sempre".

04/02/2011

Agência Senado


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