Antero acusa Dirceu de usar parlamentares para desviar foco de atenção



O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) acusou nesta quinta-feira (1º) o ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, de usar parlamentares para desviar a atenção do foco principal, que é o fato de um seu assessor ter sido flagrado praticando corrupção. Antero referia-se a pronunciamento do senador Maguito Vilela (PMDB-GO), feito momentos antes em Plenário.

Em resposta a Maguito, Antero acrescentou ter encaminhado a fita com a gravação da conversa entre o ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz e o empresário do jogo de azar Carlos Augusto Ramos, o Carlilhos Cachoeira, antes do dia 13 de fevereiro, quando falou sobre o assunto na tribuna do Senado. O senador disse ainda que, em entrevista ao jornal Correio Braziliense, em momento algum levantou suspeita de corrupção por parte do senador por Goiás, mas que estranhava apenas o fato de Carlinhos Cachoeira ser padrinho de casamento do senador, conforme noticiou a revista Istoé. A informação foi negada por Maguito Vilela.

Antero acrescentou que no governo de Maguito em Goiás (1995-1998) houve a transferência da operações da Loteria do Estado aos bicheiros sob a forma de um contrato de concessão pública com a Gerplan, conforme informação também divulgada pela Istoé, em 14 de julho1999.

Maguito contestou Antero, afirmando que realmente foi firmado contrato com a Gerplan no seu governo para que monitorasse os jogos no estado, no entanto, foi no governo do PSDB (Marconi Perillo) que o contrato foi prorrogado e incluída a permissão para a utilização de máquinas caça-níqueis.

A exemplo do que havia feito o senador goiano, Antero colocou seu mandato à disposição caso seja provado que faltou com a verdade, e fez um apelo a Maguito para que assine o pedido de instalação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar o caso Waldomiro Diniz. Maguito disse que o fará, caso o Ministério Público, a Polícia Federal e a Justiça não realizem uma investigação a contento.

Antero disse discordar de algumas declarações dadas subprocurador da República José Roberto Santoro, mas frisou que não admitiria que o transformassem em bandido e Waldomiro "em artista ou personal trainer".





01/04/2004

Agência Senado


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