Arthur Virgílio diz que Lula "não entende nada" de jogo democrático e age de forma imperial



O líder do PSDB no Senado, Artur Virgílio Neto (AM), criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, por declarações feitas por eles na terça-feira (3) sobre o comportamento dos partidos de oposição. Para ele, o presidente “não entende nada de jogo democrático” e age de forma imperial, assim como o ministro.

- O presidente imagina que a oposição tem que se portar como um bando de robóticos dependurados em arame de ventríloquo. Pobre do PT e seu governo se não existisse oposição. Os oposicionistas são uma parcela legítima da sociedade civil e, em nome de milhares de brasileiros, apontam os equívocos da  equipe de plantão no Palácio do Planalto – disse.

Arthur Virgílio não poupou o ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, por ter rechaçado "de forma autoritária" as reivindicações dos governadores do PSDB, reunidos em Palmas (TO), de liberação de verbas dos convênios assinados com a União. Ele citou a suspensão dos repasses do salário-educação aos estados e o ministro, a seu ver, deu uma justificativa autoritária sobre o assunto, afirmando que “foi uma medida que atendeu aos interesses de todos os municípios e não há porque modificá-la”.

- Que interesses são esses, ministro? São, no fundo, apenas interesses, meros interesses. Quais são, ninguém sabe – ironizou o líder do PSDB. O senador lembrou que o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, informou durante o encontro de Palmas que, faltando apenas cinco meses para terminar o ano, ainda não foram liberados pelo governo federal repasses dos Fundos Penitenciário e de Segurança. Arthur Virgílio afirmou ainda que, às vésperas das eleições  municipais, o governo petista tenta promover um “engodo” sobre os resultados econômicos obtidos até agora. De acordo com o senador, ministros e parlamentares do PT afirmam que a economia está crescendo acima  de 3,5% ao ano mas, se incluída a redução de 0,2% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2003, a média dos dois primeiros anos do governo Lula mal passará de 1,75%, um percentual ainda mais baixo que a média de 2,4% do governo passado.

04/08/2004

Agência Senado


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