Arthur Virgílio faz apelo por atingidos pelas enchentes no Amazonas



O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) pediu, nesta quinta-feira (23), a instituição de uma rede de solidariedade para ajudar os desabrigados das cheias no Amazonas. Conforme o parlamentar, os danos tem sido devastadores, maiores até do que a das enchentes de 1953.

- É muito doloroso o que passa a minha gente. As condições estão além de gravíssimas. A sensação, nos lugares mais distantes é de abandono, indiferença, como se o Brasil não os estimasse - descreveu o senador.

Arthur Virgílio pediu que o país se mobilize, unindo o setor público, as organizações não-governamentais (ONGs) e a população, assim como foi feito recentemente em Santa Catarina. Mas também cobrou dos governos federal e estaduais mais prevenção e coordenação na área de defesa civil, de modo a que todos os municípios brasileiros estejam preparados para intempéries.

O município de Barreirinha, por exemplo, não tem nem barcos com os quais transportar cestas básicas, valendo-se do apoio do município de Parintins.

Outra cobrança do parlamentar foi a efetivação da comissão externa do Senado por ele proposta para acompanhar o drama das cheias no estado.

Arthur Virgílio explicou que há dois tipos de municípios no Amazonas: aqueles cujas sedes são construídas bastante próximas à água, e estão inundadas, e aqueles que, como o município de Tapauá, por exemplo, estão a 33 ou mais metros acima do nível do mar. Nesses, as sedes sofrem pouco com a subida das águas na cheia, embora os efeitos inevitavelmente atinjam as zonas rurais.

O senador suspeita que, em razão da conhecida abundância de água, os brasileiros de um modo geral acostumaram-se a pensar na população do estado como associada à paisagem das enchentes - o que não é verdade. Mesmo convivendo com o regime das águas, os amazonenses também podem ter suas vidas destruídas pelo excesso de chuvas.

Entre os riscos estão a desnutrição; as doenças, como a lepstopirose, transmitida pela urina dos ratos, e a hepatite; e os ataques de animais, como cobras e arraias.

As previsões iniciais para as consequências das cheias em Manaus falavam em 30 mil desabrigados. Hoje, já se prevêem mais de 50 mil pessoas. No interior, espera-se que igual contingente seja atingido. Além de cuidar das condições de saúde pública, as prefeituras terão de propiciar a reconstrução de casas, distribuindo madeira à população, disse o senador.



23/04/2009

Agência Senado


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