Arthur Virgílio pede voto de desagravo a jornalistas



O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM) apresentou nesta terça-feira (7) requerimento de voto de desagravo aos jornalistas agredidos por militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) durante comemoração, no Palácio da Alvorada, da vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições presidenciais.

Arthur Virgílio requereu o mesmo para os jornalistas da revista Veja, que, no dia seguinte, 30 de outubro, foram chamados pela Polícia Federal (PF) em São Paulo para dar explicações sobre matéria "Operação abafa", que relatava tentativa de afastar o nome de Freud Godoy, ex-assessor da Presidência da República, do caso da compra de dossiê contra candidatos do PSDB.

O senador disse que os jornalistas Júlia Duailibi e Marcelo Carneiro, chamados como testemunhas pela PF, acabaram sendo ouvidos como depoentes, foram tratados como suspeitos e sofreram inúmeros constrangimentos. Ele leu nota divulgada pela revista logo após o episódio, segundo a qual o delegado Moysés Eduardo Ferreira teria exorbitado de suas funções na tentativa de forçar os repórteres a admitirem que a revista estaria tentando prejudicar a reeleição do presidente Lula por meio da desmoralização do trabalho da PF.

Arthur Virgílio mencionou ainda supostas tentativas anteriores do governo Lula de cercear a liberdade de imprensa, como a proposta de criação do Conselho Federal de Jornalismo, a nova Lei do Audiovisual e a proposta de democratização dos meios de comunicação.

Protestou também contra a investigação do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) contra o jornalista Carlos Chagas, sobre suposta fraude em aposentadoria recebida por ele há dez anos por seu trabalho no jornal O Globo.

- Como se fosse possível uma empresa do porte e da respeitabilidade das Organizações Globo fraudar registros profissionais; e como se fosse possível um profissional da respeitabilidade e da seriedade de Carlos Chagas, ele próprio, se permitir fraudar o seu registro de jornalista - disse Arthur Virgílio.

O senador afirmou que essas ações governamentais são dirigidas a jornalistas e órgãos de imprensa considerados incômodos.

TV Senado

Após deixar a tribuna, o senador Arthur Virgílio voltou a falar, do Plenário, para reclamar da TV Senado pela falta de áudio nos minutos finais de seu discurso. Pediu rápido esclarecimento do fato, dizendo-se "gato escaldado" pelos anos de ditadura e pelas investidas autoritárias do governo contra a liberdade de imprensa.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, na Presidência dos trabalhos, atribuiu o problema a "falha técnica", mas mesmo assim solicitou esclarecimentos sobre o ocorrido. Minutos mais tarde, o próprio Arthur Virgílio comunicou resposta recebida da TV Senado,que informou que a queda de áudio se deu nas transmissões pelas empresas de TV por assinatura NET e Sky e que o canal da TV Câmara também havia sido atingido.



07/11/2006

Agência Senado


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