Bohn Gass diz que está comprovado que os focos de aftosa provinham da Argentina



O líder da bancada do PT na Assembléia Legislativa, deputado Elvino Bohn Gass afirmou nesta segunda-feira que a suspeita do governo estadual de que os focos de aftosa, que atingiram o Rio Grande do Sul, no ano passado provinham dos países vizinhos está comprovada. Ele considerou um absurdo o fato de as autoridades argentinas, responsáveis pelo controle da doença, terem escondido por seis meses, o reaparecimento de focos de aftosa nas províncias de Buenos Aires, Santa Fé, Córdoba, La Pampa, San Luís, Corrientes e Formosa, conforme reconheceram os próprios funcionários da Secretaria da Fazenda da Argentina. Bohn Gass lembrou que o surgimento desta doença gerou um grande debate político, com "escabrosas" interpretações. "O presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, Carlos Sperotto, por exemplo, havia afirmado que o foco da febre aftosa no Estado teria sido originado no assentamento Granja Ceres, em Jóia". Na ocasião, Speroto disse que "se perdeu um tempo precioso discutindo com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) a possibilidade de entrar na propriedade para verificar a sanidade do rebanho. No assentamento se constatou bovinos com lesões de mais tempo que trazem indícios que o foco é por ali mesmo". Em entrevista à imprensa, em 25 de agosto do ano passado, o ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, afirmou que a incidência de focos da febre aftosa no Estado poderia ter sido sabotagem. A suspeita dele tinha como argumento o fato de há 14 anos não existir ocorrência no Rio Grande do Sul do vírus do tipo O, encontrado em Jóia. "Ainda não sabemos a origem da contaminação, mas estamos investigando a hipótese de a ocorrência de focos da febre aftosa possa ter sido provocada", revelou Pratini de Moraes. Bohn Gass disse que o governo Olívio Dutra isolou imediatamente o local onde foram descobertos os focos de aftosa em Jóia. "Foram intempestivas e irresponsáveis as declarações do Ministro da Agricultura de que houve descaso do governo do Estado com a questão sanitária", avaliou Bohn Gass. O deputado petista recorda que o secretário da Agricultura, José Hermeto Hoffmann suspeitava, à época que os focos poderiam ter vindo da fronteira. E disse que o Rio Grande do Sul foi o primeiro estado a pedir a presença do exército na fronteira, antes mesmo de tomar conhecimento do resultado dos exames.

03/19/2001


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