Crescimento de países da Aliança do Pacífico deve ser observado pelo Brasil, adverte Collor



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Ao registrar a recente visita da presidente Dilma Rousseff ao Peru, o presidente da Comissão de Serviços de Infraestrutura, senador Fernando Collor (PTB-AL), disse nesta quarta-feira (13) que o Brasil deve refletir sobre o modelo de crescimento adotado por países integrantes da Aliança do Pacífico, tratado comercial do qual fazem parte - além do Peru - também México, Chile e Colômbia.

Collor ressaltou que o Peru tem crescido a taxas anuais acima de 6% e fez clara opção por acordos de livre comércio, como os negociados com Japão, Canadá, Estados Unidos, Cingapura, China e Coreia.

– O modelo de crescimento escolhido pelos países da Aliança do Pacífico tem dado bons resultados, que se refletem em taxas de crescimento médias acima de 4%, mesmo com as dificuldades da crise de 2008, e deve ser objeto de reflexão por parte do Brasil – afirmou o senador ao abrir a reunião da CI.

Fernando Collor destacou que o foco da visita presidencial foram os projetos de infraestrutura, principalmente os que tratam da integração física entre os dois países.

– A interconexão ferroviária dos portos de Paita e Bayovar, no Peru, e das nossas malhas ferroviárias Centro-Oeste e Norte-Sul será essencial para o direcionamento de correntes de comércio para o Pacífico, assim como a conexão hidroviária Yurimaguas–Manaus – afirmou.

Logística

Ao falar sobre logística, o presidente da CI citou levantamento feito pela Consultoria Macrologística, especializada em transporte, mostrando que o Brasil gasta quase três vezes mais que os Estados Unidos no transporte de sua produção agrícola.

De acordo com o estudo, de cada dólar gasto por um brasileiro para pagar uma refeição, cerca de US$ 0,08 serão gastos com o transporte dos alimentos da fazenda para as indústrias, portos e supermercados. Já nos Estados Unidos, esse custo, segundo a Associação dos Produtores de Milho de Iowa, equivale a US$ 0,03.

– Segundo o presidente da Macrologística, Roberto Pavan, os norte-americanos investem o equivalente a 4% do Produto Interno Bruto em transporte, enquanto o Brasil investe apenas 0,5% de seu PIB no setor. A diferença se faz também presente no tipo de investimento: enquanto o Brasil concentrou-se no setor rodoviário, os Estados Unidos investiram maciçamente em ferrovias e hidrovias, sem deixar de abrir rodovias, ao mesmo tempo.

Fernando Collor ainda leu artigo do especialista em avaliação de impactos ambientais de barragens e consultor legislativo do Senado, Ivan Dutra Farias, sobre a questão das hidrelétricas com grandes reservatórios no Brasil.

Requerimentos

Na audiência desta quarta-feira o presidente leu requerimento da senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) e de outros senadores a fim de que seja convidado um representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI), para uma apresentação sobre o Projeto Centro-Oeste Competitivo. O pedido será votado na próxima reunião.

A CI aprovou requerimento com pedido de informações ao Ministério dos Transportes sobre o licenciamento ambiental do “trecho do meio” (km 250 a 655) da rodovia BR-319, que liga Porto Velho a Manaus.



13/11/2013

Agência Senado


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