Cristovam: Brasil precisa de ampla reforma na educação
Os 49 anos do início do regime militar, completados na última segunda-feira, dia 1º de abril, foi lembrado em Plenário nesta quarta-feira (3) pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Ele relembrou o momento fazendo uma reflexão sobre o cenário atual do país.
Para Cristovam, o regime militar decorreu de diversos fatores, sendo o principal deles o medo das elites brasileiras de que fossem feitas as reformas de base. À época, explicou o senador, a reforma mais ansiada era a reforma agrária que liberaria a terra para que os homens pudessem produzir. Também era esperada a reforma bancária, com a liberação de recursos financeiros da especulação para o investimento em atividades produtivas.
- Qualquer uma dessas reformas teria feito o Brasil dar um salto, teríamos um Brasil mais rico e mais justo. Mas o Brasil escolheu outro caminho. Por não fazer as reformas de base, 50 anos depois a gente vê que o país continuou avançando mesmo sem elas, mas, por causa disso, temos algumas das piores cidades do mundo – criticou o senador.
Cristovam defendeu então que é hora de pensar quais reformas o país precisa agora para encarar os próximos 50 anos. Em sua opinião, uma reforma seria fundamental: a da educação.
O senador explicou que, no período do regime militar, o principal recurso produtivo do país era a terra e os trabalhadores rurais. Atualmente, avaliou, o principal recurso é a inteligência do povo brasileiro. Por isso, a grande reforma da atualidade seria a da educação de base – oferecer educação de qualidade e de forma igualitária a todos os brasileiros. O caminho, defendeu o senador, seria a federalização da educação básica.
Em aparte, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) argumentou que o maior medo das elites brasileiras à época do regime militar não era o conteúdo das reformas propostas, que acabaram sendo, em parte, consolidadas com a Constituição de 1988. O que se temia na verdade era a emergência do povo brasileiro como agente político.
03/04/2013
Agência Senado
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