Cristovam Buarque defende alterações em projeto sobre Plano Nacional de Educação



Em pronunciamento nesta quinta-feira (15), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) classificou de “tímido” o segundo Plano Nacional de Educação (PNE), em análise pela Câmara dos Deputados, por entender que a proposta não contempla as exigências do mundo moderno para a educação, separado da ciência, tecnologia, economia e saúde.

Cristovam defendeu alterações no texto, que ainda será encaminhada ao Senado, ressaltando que esse é o momento de se constituir um sistema nacional de conhecimento, e não apenas discutir quanto se vai investir em educação, se 10% ou 8% do Produto Interno Bruto (PIB).

- Não dá para trabalhar a educação de forma isolada. Tem que saber como a educação de base vai se relacionar com crianças quando elas nascem, bem antes de iniciar o processo escolar, mas iniciando o processo educacional – afirmou.

Cristovam disse que países com boa educação não aumentam muito o número de alunos na universidade. Na Finlândia, considerada exemplo no setor, uma parte dos alunos vai para a universidade, enquanto outra vai para escolas técnicas de nível superior, mas não universitário.

Competitividade

Referindo-se à exposição de Guido Mantega no Senado no último dia 14, Cristovam lamentou que o ministro da Fazenda não tenha citado a competitividade na lista dos desafios industriais do país. O senador observou que a competitividade vem da capacidade de inventar novos produtos e novas maquinas para produzi-los. E que o Brasil está “absolutamente estagnado” em relação a isso.

- Produzimos mais porque empregamos mais. A renda que sobra para cada um não cresce suficientemente. Não levamos em conta o longo prazo, baseado necessariamente na capacidade de criar inteligência – afirmou.

Modelo civilizatório

No inicio de seu pronunciamento, Cristovam ressaltou que a crise econômica que “afoga” a Europa é decorrente do esgotamento do modelo econômico civilizatório dos países do continente.

Segundo ele, esse esgotamento também se manifesta em nível global, tendo em vista o final do modelo de desenvolvimento baseado na economia e na produção, medido pelo modelo do PIB.

Esse modelo se esgota porque os recursos naturais são limitados, o que não permite a continuidade do desenvolvimento nos moldes atuais, haja vista o aquecimento global e o aumento do nível do mar em algumas regiões.

- O modelo que diz que a sociedade é mais rica porque produz mais PIB é ilógico. Se um bandido atira em alguém, o PIB aumenta, porque se vende a bala. Se matar, aumenta a renda, pois é um a menos – declarou.

Em aparte, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) manifestou apoio a Cristovam, para quem o Brasil abandonou aparentemente a idéia da “economia do conhecimento”.



15/03/2012

Agência Senado


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