Cristovam entrega a Garibaldi requerimento da CPI do "apagão educacional"
Depois de saudar o novo presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) entregou a ele requerimento com 38 assinaturas para a instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar as causas do mau desempenho da educação brasileira, apelidado pelo parlamentar pedetista de "apagão educacional". Cristovam explicou que as assinaturas já haviam sido colhidas há alguns meses, mas o requerimento foi guardado em função da crise vivida pelo Senado desde o início dos processos por quebra de decoro contra o presidente anterior, Renan Calheiros (PMDB-AL).
- Se investigamos as causas do apagão aéreo, porque não podemos investigar o que está ocorrendo com a nossa educação? - questionou o senador pelo Distrito Federal e ex-ministro da Educação do governo Luiz Inácio Lula da Silva (2003).
Cristovam explicou que decidiu requerer a CPI depois de divulgados os resultados, considerados ruins, do último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado em agosto passado. De acordo com o site oficial do Ministério da Educação, os Cerca de 2,7 milhões estudantes testados obtiveram médias de desempenho iguais a 51,52 na parte objetiva da prova e 55,99 na redação, numa escala que vai de 0 a 100.
Mais recentemente, lembrou o senador, o Brasil obteve resultados igualmente negativos no exame do Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (Pisa), a cargo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), ficando na 52ª posição entre os 57 países participantes, com a média de 390 em 600 pontos possíveis.
- Estamos vivendo um apagão intelectual, e o Senado precisa investigar isso. Não é uma CPI contra esta ou aquela pessoa, mas para corrigirmos o rumo da nossa educação - defendeu Cristovam.
O senador pelo PDT elogiou a escolha de Garibaldi pelo PMDB, vendo na indicação um sinal de mudança de orientação no partido em prol da independência do Senado em relação ao Poder Executivo e da recuperação da imagem da Casa. Ele voltou a propor que os senadores reservem "algumas semanas para debater, parlamentar".
12/12/2007
Agência Senado
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