CUNHA LIMA: CAPANEMA SEMPRE IMPRIMIU SUA MARCA DE EXCELÊNCIA



Em sessão especial de homenagem ao ex-senador mineiro Gustavo Capanema, nesta quinta-feira (dia 7), pelo centenário de seu nascimento, o senador Ronaldo Cunha Lima (PMDB-PB) destacou a grandeza do homenageado na vida pública e a eternidade de seu trabalho em prol da política, da educação, da cultura e das artes brasileiras.

- Os homens não são personagens-tipo no script da vida real. Por isso é sempre difícil falar deles. Mais ainda o é quando o homem de quem falamos exibe a qualidade de ter sido muitos em um só. De ter sido múltiplo em sua aparente unicidade. Pois Gustavo Capanema é desses homens - afirmou o senador.

Dentre essas muitas facetas de Capanema, Cunha Lima destacou a da arte e da cultura. Para o senador, foi nesse campo que Gustavo Capanema mostrou singular sabedoria e habilidade para se sobrepor às disputas ideológicas de seu tempo e superar as críticas adversas e os "ataques cruéis dos opositores ao seu espírito vanguardista".

Cunha Lima lembrou que não há biografia de Capanema que deixe de mencionar sua ousadia ao fazer construir o belíssimo edifício do MEC, no Rio de Janeiro, marco e símbolo da arquitetura de vanguarda no país.

- Para muitos, a construção desse prédio, assessorada pelo próprio Le Corbusier, o papa do cubismo, foi o arrombamento necessário que permitiu, mais tarde, vôos ainda mais audaciosos, como a construção da Pampulha e o milagre do surgimento de uma cidade de feição modernista no seio do Planalto Central - afirmou o senador.

Cunha Lima assinalou que coube a Capanema a criação, em termos institucionais, do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e do Instituto Nacional do Livro, além de ter encomendado a autores ilustres, como Sérgio Buarque de Holanda e Manuel Bandeira, antologias da poesia brasileira da fase colonial e dos períodos marcados pelo romantismo, simbolismo e parnasianismo.

Capanema também incentivou obras como o Dicionário da Língua Portuguesa, especialmente dos períodos medieval e clássico, a coletânea Textos Quinhentistas, organizada pelo sábio professor Sousa da Silveira, além de traduções de obras notáveis, entre as quais se inclui a tragédia shakespereana Romeu e Julieta, recordou Cunha Lima.

07/12/2000

Agência Senado


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