Cyro Miranda alerta governo para medidas econômicas mais rígidas se a crise mundial se agravar




O senador Cyro Miranda (PSDB-GO) alertou em Plenário nesta terça-feira (1º) para o agravamento da crise econômica internacional, dada a possibilidade de a China também ser fortemente atingida. Para muitos analistas, afirmou o senador, a economia chinesa vive um período de crescimento do tipo "bolha. Dado o cenário de incertezas, o senador salientou a importância de o governo brasileiro manter a atenção para a adoção de medidas mais fortes de contenção de gastos públicos.

Cyro Miranda criticou o aumento da carga tributária e medidas como a de aumentar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos importados, de bebidas alcoólicas e tabaco, e também o aumento das reservas internacionais. Ele observou que a medida, já suspensa pelo Supremo Tribunal Federal, tem provocado reações de outros países, que prometem retaliar.

O senador pediu atenção para a política monetária, a cambial e a tributária. Para o parlamentar pelo PSDB, é necessário que o governo faça prognósticos cuidadosos do quadro atual da economia mundial, e as possibilidades do Brasil no cenário econômico mundial, cuja economia depende fortemente de commodities, especialmente a partir do alerta de especialistas americanos sobre uma repercussão negativa das condições atuais na economia da China.

- Se nós não estivermos preparados para enfrentar realmente o que pode vir, que não me parece ser uma coisa muito agradável, nós poderemos entrar, de uma maneira muito ruim, nessa crise, embora as nossas reservas e algumas providências que já foram tomadas estejam perfeitamente equilibradas. Nós temos de fazer economia neste momento - alertou.

Cyro Miranda assinalou que, mesmo com o pacote de ajuda da União Europeia para os países endividados da zona do euro, com aumento de recursos do Fundo Europeu para Estabilização Financeira, a situação, conjugada com o endividamento dos Estados Unidos aponta "um diagnóstico nada otimista".

- As condições gerais do sistema financeiro estão boas e, de fato, não parece haver ainda riscos imediatos de ampla inadimplência. Mas o Brasil não pode ficar acomodado. O que preocupa é o cenário para os próximos anos, em particular da dívida pública brasileira em relação ao PIB num contexto de retração da demanda na Europa e nos Estados Unidos - alertou mais uma vez o senador, para quem o crescimento menor da economia brasileira pode alterar negativamente a relação do PIB com a dívida pública.

Cyro Miranda reconheceu, no entanto, os esforços governamentais de manter as taxas do dólar sob controle, favorecendo as exportações brasileiras. Insistiu, porém, que o governo mantenha a atenção na crise mundial e adote medidas rápidas de ajuste fiscal em caso de recrudescimento da crise.



01/11/2011

Agência Senado


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