Decisão de Conselho de Ética é inadiável



O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, senador Juvêncio da Fonseca (PMDB-MS), informou nesta segunda-feira (28) em entrevista à Agência Senado que a decisão a ser proferida na reunião desta terça-feira (29) pelo conselho sobre a abertura ou não do processo de cassação do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) não poderá ser adiada, mesmo que exista pedido de qualquer dos membros do colegiado.

A reunião está marcada para acontecer após a Ordem do Dia do Plenário, a partir das 17 horas, e se destina à votação do relatório do senador Geraldo Mesquita Júnior (PSB-AC), que pediu a abertura do processo para perda de mandato de Antonio Carlos por haver considerado, após a investigação sumária realizada pelo conselho, que o acusado teve participação em um esquema clandestino de instalação de escutas telefônicas na Bahia. Sua opinião é de que a utilização das informações feita pelo senador acusado constitui quebra de decoro e fere a ética parlamentar.

O relatório recebeu pedido de vista coletivo no colegiado na semana passada e, de acordo com Juvêncio, o Regimento Interno do Senado é claro ao definir que o prazo, improrrogável, da vista da matéria é de cinco de cinco sessões ordinárias e uma possível repetição da solicitação não é admitida.

A única possibilidade de adiamento da decisão, afirmou o senador, seria no caso de a pauta de deliberações da Casa estar trancada pela não votação de medidas provisórias, como ocorreu recentemente. Ele também descartou a hipótese de mudança do relatório pelo seu autor. Primeiro porque, segundo Juvêncio, o parecer já está sob o exame dos demais membros e, segundo, porque Geraldo Mesquita foi definitivo em seu voto, ao dizer que não cabe outro tipo de punição.

Próximos Passos

A reunião de terça pode definir o arquivamento do caso no próprio Conselho de Ética, caso o relatório seja rejeitado; ou, ao contrário, o prosseguimento da causa, com a abertura do processo de cassação do senador Antonio Carlos - o que ainda precisaria, de qualquer maneira, ser acatado pela Mesa do Senado. Uma terceira decisão poderia ser a aprovação de um parecer contrário ao emitido pelo relator, propondo punição diferente.

Tanto a discussão quanto a votação do relatório acontecem abertamente. No total, os 15 membros efetivos - incluído o presidente - têm direito a voto e mais o Corregedor do Senado, senador Romeu Tuma (PFL-SP). O presidente do conselho, porém, só exerce o voto em caso de empate no resultado, o que pode acontecer se houver alguma abstenção.

Caso o pedido de abertura de processo contra Antonio Carlos seja efetivado no conselho e na Mesa, o processo volta ao conselho para nova etapa de apurações e de exercício da defesa do acusado.



28/04/2003

Agência Senado


Artigos Relacionados


ACM APÓIA DECISÃO DO CONSELHO DE ÉTICA E PREVÊ DECISÃO NO PLENÁRIO ATÉ DIA 30

Decisão do Conselho de Ética divide PT

Adiamento da decisão no Conselho de Ética agrada senadores

CASSAÇÃO DE LUIZ ESTEVÃO FOI DECISÃO HISTÓRICA DO CONSELHO DE ÉTICA

Heloísa Helena diz que PT quer reexame de decisão do Conselho de Ética

Escolha do novo presidente é decisão do Conselho de Ética, diz Renan