Demóstenes pode concluir relatório sobre processo contra Magno Malta até o final de outubro



O senador Demóstenes Torres (PFL-GO), relator do processo disciplinar contra o senador Magno Malta (PL-ES) no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, afirmou nesta quinta-feira (21) que deve concluir seu relatório sobre o caso até o final de outubro. Adiantou, contudo, à Agência Senado, que tudo depende do esclarecimento de várias dúvidas e contradições sobre as acusações de que Malta teria recebido um carro como parte de pagamento de propina para beneficiar a máfia das ambulâncias, esquema de fraudes criado para utilizar irregularmente recursos do Orçamento da União para a compra de ambulâncias destinadas a municípios com preços superfaturados.

- Eu preciso da cópia do cheque - afirmou Demóstenes, ao se referir ao cheque de R$ 50 mil que Luiz Antônio Trevisan Vedoin, apontado como principal organizador do esquema de fraudes, alega ter assinado como pagamento pelo carro dado a Magno Malta.

O senador pelo Espírito Santo está sendo investigado pelo Conselho de Ética porque teve seu nome citado no relatório parcial da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas por conduta incompatível com o decoro parlamentar. Em depoimento à CPI Mista, Luiz Antônio Vedoin afirmou que entregou o carro a Malta como parte de pagamento pela apresentação de emendas ao Orçamento para beneficiar a máfia das ambulâncias. Malta defende-se das acusações com a alegação de que o Fiat Ducato teria sido um empréstimo pessoal do deputado federal Lino Rossi (PP-MT), que também está sendo investigado pela CPI Mista dos Sanguessugas.

Na última quarta-feira (20), o Conselho de Ética ouviu Lino Rossi, que confirmou a versão do empréstimo, mas Demóstenes não se convenceu da inocência de Malta.

- Estão todos mentindo. O Lino isenta o Malta, mas a palavra dele e nada é a mesma coisa, pois ele não apresenta nenhuma prova de nada. Se ficarmos insistindo nisso, não vamos terminar nunca - afirmou Demóstenes à Agência Senado.

Na avaliação de Demóstenes, três providências são necessárias para que o caso possa ser esclarecido: obter cópia do cheque que Vedoin teria emitido para pagar o carro; ouvir Valcir Piran, citado como dono da empresa de factoring que teria vendido o Fiat Ducato a Vedoin, e receber do Departamento de Trânsito (Detran) o histórico do veículo.

Oitivas

No próximo dia 5, Demóstenes ouve os irmãos Valdir Agostinho Piran e Valcir Piran. Na quarta-feira passada, o conselho chegou a iniciar uma oitiva com Valdir, mas o depoimento foi suspenso diante da informação do próprio Valdir de que o responsável pela transação do carro teria sido seu irmão Valcir. Os dois seriam ouvidos no dia 4, mas devido a depoimentos já marcados com eles na sede da Polícia Federal em Cuiabá, o Conselho de Ética agendou a vinda dos dois a Brasília para o dia seguinte.

- Embora o Valdir tenha dito que nada sabia sobre essa transação, resolvi marcar com os dois para que um não ficasse jogando a responsabilidade para o outro e, mais uma vez, perdêssemos nosso tempo - afirmou Demóstenes.

21/09/2006

Agência Senado


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