Efraim incentiva diálogo para encerrar trabalhos antes da data prevista



O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), anunciou nesta terça-feira (18) que ampliará o diálogo entre parlamentares da base do governo e da oposição para que a CPI possa antecipar a conclusão dos trabalhos para o final do mês de maio. O prazo de funcionamento da comissão termina em 24 de junho. Efraim informou que a próxima reunião administrativa, destinada a votar novas convocações, só irá ocorrer após a conclusão dos entendimentos políticos.

O senador adiantou que as negociações entre governo e oposição passam pela votação de um requerimento considerado polêmico: o que pede a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do atual presidente do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamotto. Ele é acusado de montar um esquema, no final dos anos 90, destinado a arrecadar dinheiro, de forma irregular, junto a empresas que tinham contratos com prefeituras petistas, para utilização em campanhas eleitorais.

Paulo Okamotto - que se diz amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - também é acusado de ter pagado do próprio bolso um empréstimo, no valor de R$ 29 mil, contraído por Lula junto ao PT, além de ter quitado dívidas oriundas de campanhas políticas de Lurian Cordeiro, filha de Lula.

Em entrevista coletiva à imprensa, Efraim Morais anunciou também que a CPI dos Bingos ouvirá entre os dias 13 e 20 de maio o contraventor João Arcanjo Ribeiro - o Comendador - que se encontra preso em Mato Grosso. Ele é acusado de homicídio, formação de quadrilha e de sonegação de cerca de R$ 850 milhões à Receita Federal. Há também denúncias ligando o nome de Arcanjo ao assassinato do ex-prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel.

Depoimentos

Efraim Morais adiantou que o diálogo entre a direção da CPI e os parlamentares incluirá a votação de requerimentos considerados importantes para que o relatório final ganhe, tecnicamente, maior consistência. Entre esses requerimentos, está o que convoca para depor o ex-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF) Jorge Mattoso, acusado de ser um dos principais responsáveis pela quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa. Efraim lembrou que as denúncias contra Mattoso têm ainda ligações com o caso Gtech.

Na lista dos convocados para depor, aparece também o nome do advogado e compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Roberto Teixeira, que iria prestar depoimento nesta terça-feira. Ele não compareceu, após alegar problemas de saúde. O advogado dele, Cristiano Zanin, justificou ainda a ausência do seu cliente, informando que a intimação para depor havia sido entregue "tardiamente" pela Polícia Federal. Teixeira é acusado de montar, com a ajuda de Okamotto, esquema para arrecadar, irregularmente, dinheiro para formação de um caixa dois do PT.

- Iremos fazer um contato com os advogados dele para que possa prestar depoimento o mais rápido possível - informou Efraim, que não afastou a hipótese de Teixeira comparecer à força para depor, escoltado pela Polícia Federal.

Essa é a segunda vez que Teixeira é convocado para depor e não comparece. Efraim Morais disse estranhar o comportamento do compadre do presidente Lula, "quando se sabe que ele esta viajando e trabalhando normalmente".

18/04/2006

Agência Senado


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