Em homenagem às mantenedoras de ensino superior, Cristovam pede prioridade à educação básica



O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) presidiu, na manhã desta segunda-feira (3), sessão especial que homenageou, no Plenário do Senado, a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) pelos seus 30 anos. Autor do requerimento para a homenagem, o senador definiu como heróico o trabalho das entidades privadas e filantrópicas na área de educação superior.

Cristovam informou que a ABMES é integrada por cerca de 300 entidades mantenedoras, que mantém mais de 400 instituições de ensino superior – universidades, centros universitários, de educação tecnológica, faculdades integradas, faculdades, escolas e institutos, distribuídos em todo o território nacional. Estas instituições, observou, atendem à demanda que o setor estatal não tem condições de atender.

O senador listou, entre os principais desafios para aprimorar a educação superior, a criação de estrutura na educação de base que possa qualificar melhor os professores e preparar os estudantes para o ensino superior. Ele ressaltou que são muitos os estudantes que, apesar de matriculados no ensino superior, não são capazes de ler e escrever corretamente em Português.

- Talvez a maior tragédia, hoje, do ensino superior seja este dado que foi divulgado recentemente, do número de pessoas matriculadas no ensino superior que não têm total letramento, que não são capazes de usar a língua portuguesa. Esse não é um problema das universidades, esse é um problema da educação de base – disse.

Apesar de o número de estudantes das classes D e E nas universidades ter aumentado, disse o ex-presidente da ABMES, Cândido Mendes de Almeida, eles posteriormente não conseguem atuar profissionalmente na área de sua formação.

- Esse é um fenômeno realmente generalizado e que nos leva, educadores privados, a uma enorme tarefa: não sermos colhidos por essa contradição – disse Cândido Almeida.

Prioridade

Na avaliação da senadora Ana Amélia (PP-RS), a educação deve ser prioridade nacional. Segundo disse, apesar de o país viver uma estabilidade econômica, os problemas sociais só serão resolvidos com investimentos na área da educação.

- O país não pode ter o orgulho de ser a sexta, a quinta, a quarta potência do mundo. Não adianta crescermos economicamente se a cidadania não existe sob a forma da educação do nosso povo em todos os sentidos. Não vamos resolver as nossas mazelas, sejam sociais, sejam econômicas, sejam da própria cidadania, sem um olhar na educação – disse a senadora.

Para o presidente da ABMES, Gabriel Mário Rodrigues, o desenvolvimento do Brasil depende de uma sociedade com menos desigualdade, resultado da elaboração de planos e políticas de crescimento econômico que levem em conta a educação. Em sugeriu que o Estado utilize as novas tecnologias para recuperar o tempo perdido com formas de educação já ultrapassadas.

- Um país só poderá desenvolver-se e ter uma sociedade mais homogênea, se todos os seus planos de desenvolvimento derem primazia à educação de base de qualidade, ampla, aliada à cultura, aos esportes, às artes e à recreação e com igual oportunidade para todos, ressaltou.

Já o deputado Izalci Lucas (PR-DF) afirmou não ser a educação uma das prioridades do atual governo. Ele explicou que a Comissão Especial criada na Câmara dos Deputados para examinar o Plano Nacional de Educação (PL 8035/2010) aprovou a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro à educação. A proposta foi aprovada em caráter terminativo, mas a bancada do governo apresentou recurso para que a matéria seja examinada em Plenário.



03/09/2012

Agência Senado


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