"Em nome da transparência", Agripino muda posição e diz que apóia CPI da Navalha



O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), declarou há pouco seu apoio à criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar o esquema de corrupção em obras públicas que está sendo apurado pela Polícia Federal dentro da chamada Operação Navalha. O parlamentar explicou que até esta terça-feira (22) era contrário a uma investigação no âmbito do Congresso Nacional, mas mudou de idéia por entender que a Câmara dos Deputados iniciou uma investigação sigilosa, por meio de pedido de informações sobre 20 deputados ao Ministério Público.

- Eu considerava que esta era uma crise do Executivo, porque havia apenas menção a parlamentares e a Polícia Federal tinha competência para investigá-la, mas diante da decisão da Câmara, não posso concordar, em nome da transparência e em nome da indignação da sociedade, que se faça nada em segredo - afirmou o senador, com apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que também se comprometeu a apoiar a CPI.

- Do alto da responsabilidade do cargo de presidente do Senado Federal, farei o que a Casa entender que precisa ser feito. Se for necessário constituir uma Comissão Parlamentar de Inquérito para que tudo fique absolutamente esclarecido, descerei da isenção que devo ter, para assinar, em primeiro lugar, a instalação dessa Comissão Parlamentar de Inquérito - disse Renan.

Logo ao descer da tribuna, Agripino tornou-se o 21º senador a assinar o requerimento de CPI mista encabeçado pelo deputado Augusto Carvalho (PPS-DF). Para que a comissão seja criada são necessárias 27 assinaturas no Senado e 171 na Câmara - o equivalente a um terço dos parlamentares de cada casa.

De todo modo, o senador pediu que a Polícia Federal trabalhe rápido para evitar que as versões se sobreponham aos fatos investigados, informando ao Ministério da Justiça sobre os resultados efetivos, para que estes possam ser repassados ao Congresso. Ele observou, por exemplo, que 70% do que foi divulgado até agora sobre as apurações da PF dizem respeito ao Poder Executivo, e os 30% restantes, a parlamentares.

TV

Em um breve pronunciamento após o discurso de Agripino, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) requereu a intervenção do ministro da Justiça, Tarso Genro, para que a Polícia Federal divulgue de maneira igualitária as informações sobre os resultados das investigações da Operação Navalha.

- Não é possível que um canal de TV se torne sócio da Polícia Federal na divulgação desses fatos - disse Crivella.

23/05/2007

Agência Senado


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