Flávio Arns discorda de clonagem terapêutica a partir de células-tronco de embriões e fala de alternativas



O senador Flávio Arns (PT-PR) condenou em discurso a clonagem com fins reprodutivos e a clonagem terapêutica a partir de células-tronco embrionárias. Para ele, toda vez que se retira células-tronco de um embrião, esse embrião acaba morrendo e isso é um problema de ética e de humanidade.

- Para a ciência, o embrião humano não é uma vida potencial ou virtual, mas uma vida real, um ser humano vivo, que não pode ser tratado como uma coisa ou objeto descartável. É ético matar uma vida embrionária para tentar restabelecer a saúde de alguém? – questionou.

Ponderando que se trata de uma questão nova para a Humanidade, Flávio Arns recomendou serenidade e prudência na discussão da Lei de Biossegurança, em tramitação no Senado. Decisões “movidas pela emoção ou interesses menores trarão conseqüências a serem lastimadas no futuro”, alertou. O senador disse que são louváveis as pesquisas científicas  destinadas a dar mais saúde e vida às pessoas, mas o uso de células-tronco de embriões humanos suscita questionamentos sobre a própria ética da Humanidade. Flávio Arns observou ainda que pesquisas recentes, do Instituto Fraunhofer e da Universidade de Lubeck, no norte da Alemanha, desenvolveram um método pioneiro para extrair células-tronco do corpo humano e que, supostamente, poderiam obter linhagem tão eficiente quanto as obtidas a partir de embriões. O trabalho foi publicado pela revista “Applied Physics A” e os pesquisadores informam que as células obtidas e trabalhadas foram capazes de se converter em diversos tecidos, apresentando propriedades semelhantes às das células-tronco embrionárias. De acordo com o senador, foram noticiadas nos últimos meses outros estudos que se mostram alternativas viáveis ao uso de células-tronco de embrião.  Na Universidade Heinrich Heine, de Dusseldorf, Alemanha, o professor Bodo-Eckehard Strauer “vem restaurando perfeitamente corações praticamente destruídos pelo infarto, injetando células-tronco tiradas da medula óssea do próprio paciente”, o que comprova, na visão de Flávio Arns, a possibilidade do uso de células-tronco adultas, não embrionárias, na reconstrução de tecidos. Com essas alternativas, o senador do Paraná recomenda que os cientistas avancem em suas pesquisas em animais buscando meios seguros para direcionar a célula-tronco na obtenção de determinado tecido ou órgão específico. Flávio Arns sustentou ainda que será uma desafio à capacidade humana a obtenção de células-tronco sem a morte do embrião.

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27/08/2004

Agência Senado


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