Garibaldi diz que está muito cedo para a corrida sucessória



"O melhor para o governo seria continuar a governar sem esse clima", afirmou na manhã desta quinta-feira (27) o presidente do Senado, Garibaldi Alves, a respeito das declarações que o presidente da República vem fazendo com previsões sobre os resultados favoráveis ao candidato do governo nas eleições de 2010. Indagado por um jornalista se esse clima de campanha vai dificultar as votações no Congresso, o presidente do Senado respondeu:

- O que eu acho é que a campanha está começando muito cedo. E naturalmente quem for provocado vai ter que responder à provocação. Eu não acho que o clima de campanha política deva se instalar agora. O melhor para o governo seria continuar a governar sem esse clima - afirmou.

Na ocasião, Garibaldi foi informado de que o senador Arthur Virgilio (PSDB-AM), junto com os deputados Paulo Renato e Raul Jungmann, estava indo ao Palácio do Planalto apresentar um habeas data destinado a abrir o sigilo de suas despesas quando foram ministros de Fernando Henrique Cardoso.

- É o que eu acabei de dizer. Acho que esse clima de radicalização não interessa nem ao Legislativo nem ao Executivo. Acho que nós devíamos deixar a eleição de 2010 para 2010. Eu já dei a minha opinião. Acho que o governo, para acabar essa celeuma toda, deveria abrir o sigilo dos cartões. Mas eu sou presidente do Congresso, não faço parte do governo - comentou.

O presidente do Senado foi também questionado se deseja devolver ao Palácio do Planalto medida provisória que dispensa de licitação a venda de propriedades rurais no Amazonas com até 15 módulos fiscais. Respondeu que não tem respaldo jurídico para tomar essa iniciativa.

- Não, eu não vou devolver porque não há, até agora, fundamentação jurídica para que um presidente possa devolver uma MP. Há, sim, a hipótese de uma comissão do próprio Poder Legislativo fazer isso. Acontece que o Poder Legislativo não vem cumprindo seu dever de constituir, instalar e fazer funcionar essa comissão.

Referindo-se à comissão especial criada na Câmara dos Deputados para examinar a proposta de emenda à Constituição (PEC) que muda o rito de tramitação das medidas provisórias, Garibaldi acrescentou:

- Por isso é que nós estamos buscando outra maneira de fazer com que medida provisória que não for nem importante nem urgente possa ser devolvida, possa ser rejeitada.

Na mesma entrevista, Garibaldi comemorou o fato de o Congresso ter começado a deliberar sobre os vetos, e informou que acabam de chegar mais 15 vetos presidenciais ao Legislativo.

- Os [vetos] velhinhos estão sendo votados primeiro, mas os mais novos, que provocarão alguma polêmica, já estão vindo por aí - explicou.

Para dar fim aos mais de 800 vetos que aguardam votação, o presidente do Senado informou que haverá sessão conjunta do Congresso toda semana.

- É uma corrida contra o tempo, é um número de vetos muito grande. Se não fizermos toda semana uma sessão de vetos, não vamos chegar nem perto de terminar com isso.



27/03/2008

Agência Senado


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