Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, será convocado para depor na CPI do Banestado



O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) do Banestado que apura a evasão de divisas do país por meio das contas CC-5, deputado José Mentor (PT-SP), comunicou sua decisão - acatada pelos demais membros da comissão - de convocar o ex-presidente e ex-diretor do Banco Central (BC) Gustavo Franco para depor na próxima terça-feira (22). O economista deverá explicar as diversas operações de transferências de recursos irregulares ocorridas durante sua atuação naquele órgão, especialmente no ano de 1996, quando foi editada portaria autorizativa para o transporte de valores por carros-fortes na fronteira entre Brasil e Paraguai.

O presidente da CPI, senador Antero Paes do Barros (PSDB-MT), informou que o colegiado irá realizar uma reunião específica para apreciar e agendar o cumprimento de requerimentos de convocação de autoridades que tenham relação com as operações de evasão de divisas no período sob investigação da comissão.

Ele informou ainda que pretende implementar decisão de requerimentos já aprovados pelo grupo, um da senadora Ideli Salvatti (PT-SC) e outro do deputado Roberto Freire (PPS-PE), que solicitam a formação de uma comissão oficial para ir aos Estados Unidos a fim de coletar junto aos órgãos oficiais americanos os dados sobre depósitos bancários oriundos do Brasil ali realizados. Para Antero, a viagem aos EUA está se tornando -imprescindível- à medida que avançam as apurações da comissão e o melhor momento para que ela ocorra deverá ser, segundo o senador, após os depoimentos das autoridades brasileiras na CPI.

Outra informação dada pelo presidente da CPI foi de que será possível, a partir desta semana, que a comissão receba as notas taquigráficas de uma reunião na reunião seguinte, viabilizando a ciência, por parte dos integrantes da comissão, com maior brevidade, do teor dos depoimentos e dados que estão sendo coletados.

Antero elogiou, ainda, o depoimento à CPI do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Adylson Motta, afirmando a relevância das informações fornecidas pelo ministro. Na opinião do senador, os fatos apresentados pelo ministro -demonstram, nitidamente, que, no caso das operações irregulares de evasão de divisas para o exterior de vários bancos da praça de Foz do Iguaçu, de 1996 a 1997, não apenas inexistia controle governamental, mas também mecanismos que facilitaram o descontrole das remessas de recursos-.



15/07/2003

Agência Senado


Artigos Relacionados


SENADO APROVA GUSTAVO FRANCO PARA PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL

CPI do Banestado ouvirá Gustavo Franco e quebra sigilo bancário de ex-presidente da Transbrasil

CPI do Banestado ouve Gustavo Franco

Gustavo Franco é reconvocado pela CPI do Banestado

CPI do Banestado pede perícia em documentos apresentados por Gustavo Franco

Cachoeira será convocado a depor na próxima terça na CPI