Imagem de Renan está sendo "permanentemente desconstruída", diz advogado



O advogado do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que responde a processo por quebra de decoro parlamentar por ter supostamente utilizado recursos da construtora Mendes Júnior para pagar a pensão alimentícia da filha que teve num relacionamento extraconjugal com a jornalista Mônica Veloso, afirmou, em manifestação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, na tarde desta quinta-feira (30), que seu cliente está sendo vítima de um processo em que sua imagem parlamentar está sendo "permanentemente desconstruída".

- Nunca, na história da República, alguém foi objeto de um massacre dessa envergadura - afirmou.

Para Ferrão, o último ato do referido "massacre" teria sido a denúncia apresentada pelo ex-secretário-geral adjunto da Mesa do Senado, Marcos Santi, às vésperas da reunião do Conselho de Ética destinada a apreciar o relatório final do processo. Para ele, o episódio criou o "pano de fundo para que se desqualificasse o discurso solitário da defesa do senador". Na última terça-feira (28), Santi pediu afastamento de seu cargo, alegando que o corpo técnico do Senado estaria sendo pressionado a "plantar nulidades" no processo investigatório.

Em relação às evidências citadas pela acusação como fundamentos para a cassação do mandato de Renan Calheiros, Ferrão argumentou que a perícia da Polícia Federal atestou que todos os documentos apresentados pela defesa eram autênticos. Quanto às inconsistências referentes às notas fiscais e guias de transporte animal (GTA), ele justificou que é natural que tenham sido verificadas, já que as notas fiscais são emitidas pelo produtor, ao passo que as GTAs são emitidas pelo governo do estado, e sempre por aproximação, ou seja, raramente correspondem ao número exato de reses vendidas.

Sobre o empréstimo que teria sido firmado junto à locadora de veículos Costa Dourada, Ferrão disse que ele não foi mencionado na declaração de Imposto de Renda do senador pela necessidade de discrição, já "essa situação integrava o espectro das relações com a jornalista". No entanto, ele frisou que, embora também não tenha sido registrada em cartório, a operação foi documentada no livro-diário da contabilidade da Costa Dourada.

O advogado de Renan também atribuiu aos acusadores de seu cliente a responsabilidade de apresentar provas de suas declarações.

- É tolice dizer que Renan Calheiros não consegue provar que os recursos eram dele. Quem tem que provar que o dinheiro é da Mendes Júnior é o acusador - argumentou.

30/08/2007

Agência Senado


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