João Capiberibe critica lucro excessivo dos bancos



Em pronunciamento nesta quarta-feira (4), o senador João Capiberibe (PSB-AP) criticou a margem de ganho dos bancos sobre os empréstimos concedidos aos seus clientes, conforme informado pelo jornal O Globo na última segunda-feira.

A reportagem indica que, muito embora o governo tenha feito esforço para baixar a taxa Selic e aumentar a oferta de crédito, os bancos brasileiros, em vez de reduzirem o spread (diferença entre o que o banco paga a quem aplica dinheiro e o que cobra a quem pede empréstimo), aumentam a margem e, consequentemente, os lucros.

Para Capiberibe, o dado revela a relação que o setor financeiro mantém com o restante da sociedade, tanto com as pessoas jurídicas quanto com as pessoas físicas. Segundo ele, os bancos no Brasil não se comprometem a prestar contas a seus depositantes, mesmo com a sociedade fazendo todos os esforços para superar as próprias dificuldades.

– Não podemos dizer o mesmo do setor financeiro, que continua praticando juros altos e excessivos, burocratizando a entrega de crédito em tempo hábil – afirmou.

Na opinião do senador, a situação precisa ser rompida pelos bancos públicos, que recebem contribuições do Orçamento e podem praticar taxas mais baixas, forçando a concorrência no setor e a regulamentação do mercado com a oferta de juros menores.

– A relação dos bancos com a sociedade é caracterizada como a do vampiro que, para sobreviver na calada da noite, necessita do sangue de suas vítimas – comparou.

Modernização

Ainda em relação aos bancos públicos, Capiberibe disse que o Banco da Amazônia (Basa) precisa se modernizar, tendo em vista que o processo para obtenção de um empréstimo na instituição representaria “uma via crucis interminável”.

As exigências do Basa muitas vezes superam a capacidade de resistência dos empreendedores, que esbarram nos obstáculos criados pelo banco, que tem reduzido o pessoal e diminuído sua capacidade de atender a clientela por falta de recursos humanos, disse Capiberibe.

As falhas tornam-se mais graves, acrescentou, quando se constata que o Basa é quem opera com exclusividade o Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), destinado a dinamizar a economia regional.

– O banco dispensa trabalhadores e não faz reposição. O serviço piora a cada ano. O Basa precisa modernizar definitivamente os mecanismos de atendimento ao público, em geral, e, em particular, aos empreendedores da Amazônia – concluiu.



04/04/2012

Agência Senado


Artigos Relacionados


João Capiberibe critica descaso ao saneamento básico no Brasil

João Capiberibe critica uso político de rádios comunitárias no Amapá

João Capiberibe critica descumprimento das leis, foro privilegiado e prazos da Justiça Eleitoral

Alvaro Dias condena poder excessivo dos bancos

Código Florestal: João Capiberibe critica anistia para área desmatada até 2008 e a redefinição da reserva legal no Amapá

Lucro dos bancos brasileiros continua robusto, diz BC