João Tenório defende produção de etanol



Ao defender em Plenário, nesta quinta-feira (22), a produção de biocombustíveis - e, principalmente, do etanol - o senador João Tenório (PSDB-AL) ressaltou que "os combustíveis de origem vegetal permitem, aos países que o produzem, obter uma menor dependência do petróleo". O parlamentar é presidente da Subcomissão Permanente dos Biocombustíveis, que atua no âmbito da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA).

Tenório lembrou que o petróleo provém, "na grande maioria dos casos, de países de alta instabilidade política", acrescentando que, devido à concentração da produção desse combustível em poucos países, estes podem administrar seus preços.

- Com o etanol, isso não é possível, pois praticamente todos os países do mundo podem produzi-lo a partir de diferentes matérias-primas, como cana-de-açúcar, milho, beterraba ou celulose - afirmou ele.

Nesse contexto, a garantia de suprimento seria outra vantagem dos biocombustíveis, a qual favoreceria a substituição dos combustíveis de origem fóssil pelos de origem vegetal. O senador assinalou que a escassez de petróleo é comprovada pelo contínuo aumento de preços e pela crescente elevação dos custos para descobrir novas reservas.

Quanto à questão ambiental, o parlamentar argumentou que os biocombustíveis contribuem para evitar, "ou ao menos atenuar", o aquecimento do planeta.

Tenório observou ainda que a difusão da chamada tecnologia flex fuel - por meio da qual um automóvel pode utilizar mais de um combustível - permite aos consumidores migrar de um combustível para outro, gasolina ou álcool, sem ser prejudicado por uma eventual escassez de um deles no mercado.

Protecionismo

Ao comentar a proteção tarifária que o governo norte-americano oferece ao álcool produzido naquele país, fabricado a partir do milho, o senador disse que "merece destaque a frustração da missão do presidente George Bush [que esteve recentemente em vários países da América Latina, inclusive o Brasil], pois este nem sequer sinalizou uma possível retirada, mesmo que gradual, da taxação sobre o álcool brasileiro", produzido a partir da cana-de-açúcar.

Sobre as críticas de que o aumento das plantações de cana, visando à produção de biocombustível, poderá ter impactos ambientais de grandes proporções, Tenório afirmou que, "se no passado o setor foi desvastador - e é verdade, assim como o foram outras culturas agrícolas - a situação atual é bem diferente".

Tenório informou que a área cultivada com cana-de-açúcar no Brasil é de pouco mais de 6 milhões de hectares, o que equivaleria a pouco mais de 1,9% da área agricultável brasileira. E a projeção do setor para 2010 seria, segundo ele, de 8,5 milhões de hectares, 2,67% da área agricultável do país.



22/03/2007

Agência Senado


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