JÚLIO CAMPOS PROPÕE ESTABILIDADE NO EMPREGO A PORTADORES DO VÍRUS DA AIDS



Projeto assegurando a estabilidade no emprego aos portadores do vírus HIV, até a data do afastamento previdenciário, foi apresentado pelo senador Júlio Campos (PFL-MT). Segundo o senador, o Brasil ocupa o quarto lugar em número de casos da doença. Há cerca de 30 milhões de pessoas em todo o mundo contaminadas com o vírus da Aids, sendo que 90% dos doentes se encontram no chamado Terceiro Mundo.

O senador lembra que aspectos sociais fazem da Aids uma doença cercada de preconceitos e que a iniciativa, de elevado espírito de solidariedade, apoiaria pessoas em um dos momentos mais críticos de suas vidas. Para o senador, a Aids é uma doença dos excluídos, dos que são postos à margem dos benefícios do desenvolvimento e da atenção dos governos.

- Por ser uma doença estigmatizada, é encarada com forte carga de preconceito contra os portadores. A exclusão começa dentro da própria casa, por parte dos familiares, estende-se ao círculo dos amigos, chega aos ambientes organizados da sociedade e, finalmente, atinge o doente em seu ambiente de trabalho, onde ele perde o emprego e passa a ser apenas um solitário condenado a uma morte anunciada - acredita.

Júlio Campos lembra que, hoje, a doença atinge em número quase igual homens e mulheres e que, desde o início da epidemia, 11,7 milhões de pessoas já morreram por causa da doença . Cita ainda dados do Programa de Aids da Organização Mundial de Saúde das Nações Unidas (Unaids) e da Organização Mundial de Saúde (OMS): cerca de 5,8 milhões de pessoas foram infectadas em 1997. Hoje, a transmissão por via heterossexual corresponde a 70% dos casos; o contágio por via homossexual a 10%; o uso de agulhas e seringas contaminadas, a outros 10% e a transmissão de mãe para filho também a 10%.



23/03/1998

Agência Senado


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