LUIZ OTÁVIO DEFENDE-SE DE ACUSAÇÕES NO CONSELHO DE ÉTICA



O senador Luiz Otávio (sem partido-PA) apresentou nesta quarta-feira (dia 18), no Conselho de Ética, sua defesa contra acusações de que teria desviado recursos do BNDES, repassados pelo Banco do Brasil para que as empresas Ebal e Rodomar fabricassem 13 balsas. As embarcações jamais foram construídas, segundo o senador, porque o Banco do Brasil teria retido o dinheiro, para se ressarcir de dívidas anteriores. Luiz Otávio, que foi gerente das duas empresas, se disse perseguido em seu estado, e negou que tivesse qualquer responsabilidade no desvio do dinheiro, um montante de R$ 6 milhões.

Indagado pela senadora Heloísa Helena (PT-AL), relatora da matéria, se eram suas as assinaturas em notas fiscais que justificam o pedido de empréstimo ao BNDES, Luiz Otávio confirmou. Mas comparou sua situação com a de quem compra um apartamento e assina o seu recebimento sem que o imóvel seja, de fato, concluído. Ele também negou ter recebido qualquer intimação para depor no inquérito da Polícia Federal em que foi indiciado.

Para Heloísa Helena, que reconheceu a complexidade das operações financeiras, há diversas discrepâncias entre o depoimento do senador e as informações contidas no processo, atualmente sob os cuidados do Supremo Tribunal Federal. Ela informou que pedirá a convocação do delegado Anderson Rui Fontel de Oliveira, que conduziu as investigações e acusa Luiz Otávio de crime contra o sistema financeiro.

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) disse que é preciso ouvir os funcionários do Banco do Brasil que estiveram à frente do repasse de recursos, para que o Conselho de Ética tenha condições de comparar a versão de Luiz Otávio com a de outras pessoas citadas no processo. Calheiros quer também a convocação do ex-funcionário da Rodomar, André Gueiros, que declarou serem falsas as notas fiscais usadas para o pedido de empréstimo.

Perguntado pelo senador Osmar Dias (PSDB-PR) sobre a natureza das operações do Banco do Brasil junto às empresas ligadas a ele e sua família, Luiz Otávio explicou que o banco teria tratado os recursos de uma linha de crédito como se fossem capital de giro, e por isso teria retido o dinheiro emprestado pelo BNDES. O senador Juvêncio da Fonseca (PFL-MS) lembrou que no inquérito há rastreamentos de operações bancárias e quebras de sigilo, o que poderá ajudar o conselho a firmar uma posição.

18/10/2000

Agência Senado


Artigos Relacionados


DELEGADOS CONFIRMAM ACUSAÇÕES A LUIZ OTÁVIO NO CONSELHO DE ÉTICA

Conselho de Ética vota relatório sobre acusações contra Luiz Otávio

CONSELHO DE ÉTICA OUVE LUIZ OTÁVIO

CONSELHO DE ÉTICA OUVE LUIZ OTÁVIO NA 4ª FEIRA

CONSELHO DE ÉTICA OUVE LUIZ OTÁVIO NA 4ª FEIRA

CONSELHO DE ÉTICA OUVE DEFESA DE LUIZ OTÁVIO