Lula não investiu na infra-estrutura do Pará no primeiro mandato, diz Mário Couto



 "Até que enfim algumas obras de infra-estrutura no estado do Pará!", afirmou em Plenário o senador Mário Couto (PSDB-PA), ao discursar nesta segunda-feira (5). De acordo com o senador, durante o primeiro mandato, o governo Luiz Inácio Lula da Silva não realizou obras de infra-estrutura no estado. O representante paraense disse, porém, que algumas obras estão incluídas no chamado Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado pelo governo federal.

Da tribuna, Mário Couto cobrou do governo a realização de obras como a construção das eclusas no rio Tocantins, em Tucuruí (que viabilizarão hidrovias); a continuidade da rodovia Transamazônica; a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte; e a restauração e pavimentação da rodovia Santarém-Cuiabá (BR163).

Ele disse que o Pará é um dos estados que mais colabora para os bons resultados das exportações brasileiras, mas não recebe do governo as contrapartidas merecidas. O senador afirmou que o Pará merece receber incentivos especiais da União. Ele também disse que o presidente Lula prometeu que o PAC "não vai ficar na gaveta".

- Que bela afirmação! E espero que essa afirmação seja cumprida. Espero que meu estado possa ter, finalmente, obras de infra-estrutura para o seu crescimento - cobrou Mário Couto, batendo com a mão na tribuna.

O senador afirmou que tais obras de infra-estrutura não são favores da União para o Pará, pois já deviam ter sido realizadas. Para Mário Couto, "se forem fazer a contabilidade", a União estaria devendo para o estado do Pará. Ele aproveitou para criticar a intenção do governo Lula de doar 20 milhões para a Bolívia. De acordo com o senador, o governo devia investir esses recursos no Brasil, para combater a fome e a miséria em locais como a Ilha de Marajó (PA), exemplificou.

- Será que eu sonhando? É um absurdo, 400 mil habitantes só na Ilha de Marajó, largada, desprezada desde minha infância! Morrendo à mingua, sem transporte, sem energia, sem infra-estrutura - reclamou.

Em apartes, os senadores Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e Gerson Camata (PMDB-ES) elogiaram o pronunciamento do colega. Mozarildo disse que Roraima também precisa de mais atenção do governo federal. Camata disse não acreditar nas notícias de que, segundo ele, o governo federal iria editar uma medida provisória para financiar a compra de tratores e máquinas agrícolas para os prefeitos da Bolívia.

- Eu pensei que fosse lá para o Espírito Santo. Eu não acredito que seja verdade - disse Camata.

Serra Pelada

Mário Couto disse ainda em Plenário estar preocupado com a reabertura do famoso garimpo de Serra Pelada. De acordo com o senador, o prefeito de Curionópolis (em cujas redondezas se localiza Serra Pelada), Sebastião Curió, quer impedir a volta de mais de 60 mil garimpeiros ao local. No final de fevereiro deste ano, o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), anunciou a volta dos garimpeiros a Serra Pelada, agora regularizados por alvará deferido pelo Ministério de Minas e Energia (MME). O acordo atendeu a negociações entre a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e uma cooperativa de garimpeiros, tendo sido assinado pelo ministro Silas Rondeau, disse Jucá na ocasião.

Mário Couto disse que o prefeito Sebastião Curió "é do tempo da guerrilha do Araguaia" e que é um "prefeito de mão-de-ferro, do tipo da ditadura". O senador pediu atenção das autoridades nacionais e estaduais para a questão. Ele disse que, nos últimos 15 anos, quatro sindicalistas já morreram na região devido a questões do garimpo.

- Esse Curió é um carcará disfarçado de Curió! Se esse Curió colocar novamente as suas garras neste assunto, outros sindicalistas poderão tombar novamente. Temos de mostrar a esse Curió que o tempo da ditadura se foi. Deixem 67 mil pessoas trabalharem com dignidade e criarem seus filhos - afirmou o senador.



05/03/2007

Agência Senado


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