Maguito: fome não espera projetos de longo prazo



O senador Maguito Vilela (PMDB-GO) sustentou, durante a solenidade em comemoração ao Dia Mundial da Alimentação, que os programas de combate à fome são de emergência, não comportando projetos de médio e longo prazos. "A fome não espera projetos. Ela mata", assinalou. O senador disse acreditar que 90% dos peemedebistas do país apóiam programas como o projeto Fome Zero, do Instituto Cidadania, que tem como um de seus coordenadores o presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.

O senador lembrou que, à época em que foi governador de Goiás, implantou um programa que atendia 147 mil famílias, com a distribuição mensal de cestas de alimentos e com a doação diária de 92 mil litros de leite e de 92 mil pães vitaminados às crianças pobres de até 7 anos de idade. "Foi o dinheiro melhor aplicado por minha administração", frisou o senador, acrescentando que foram socorridas pessoas que realmente passavam fome.

Maguito Vilela considerou inadmissível que em um país "tão rico e tão produtivo" existam cerca de 44 milhões de pessoas sem rendimentos suficientes para comprar comida, ou seja, com renda inferior a R$ 80 por mês. "O absurdo é que, ao lado de pessoas que passam fome, uma parte dos produtores rurais esteja recebendo apenas R$ 0,17 por litro de leite, valor que não dá para comprar nem um copo de água na cidade", comparou o senador.

Em aparte, o senador Mauro Miranda (PMDB-GO) observou que o fim da fome no Brasil é uma questão política, pois bastaria a vontade dos governantes para resolver o problema. "Não é falta de vontade política só no combate à fome. Como é que existem pessoas sem teto num país onde há tanta disponibilidade de madeira e mão-de-obra?", questionou.

16/10/2001

Agência Senado


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