MALAN DIZ QUE DESEMPREGO CAIRÁ PARA MENOS DE 7% ATÉ DEZEMBRO
A taxa de desemprego no Brasil deve cair dos atuais 8% para menos de 7%, talvez 6,5%, em dezembro deste ano, segundo afirmou hoje (dia 30) o ministro da Fazenda, Pedro Malan, em entrevista à TV Senado. O ministro atribuiu o crescimento do desemprego às medidas de ajuste fiscal adotadas pelo governo em outubro do ano passado, em resposta à crise asiática, mas frisou que esta é uma situação transitória. Ele lembrou que a elevação da taxa de juros, que teve grande efeito sobre a atividade econômica e o emprego, já está praticamente no nível em que estava antes da crise.
Malan chamou a atenção para a situação do desemprego em países que não foram capazes de encontrar, a tempo, as medidas necessárias para lidar com o contexto internacional. O ministro observou que o custo pago pelo Brasil - uma elevação de 1,5 ponto percentual na taxa de desemprego - "é terrível", mas deve ser comparado com o que aconteceria se o governo não tivesse tomado as medidas que tomou.
- Seguramente, a situação que teríamos hoje, em termos de crescimento, inflação e desemprego seria muito pior do que a situação que temos, que é transitória e passageira - disse o ministro.
O desemprego também será reduzido com medidas de médio e longo prazo, segundo Malan. Ao lembrar que algumas estatísticas incluem entre os desempregados crianças maiores de dez anos que não estejam na escola, o ministro disse que também esse contingente deve diminuir em conseqüência de programas que o governo vem desenvolvendo, como o Toda Criança na Escola. Quanto ao desemprego de jovens sem qualificação, Malan lembrou o Planfor, programa do Governo de treinamento, qualificação e requalificação de jovens.
JUROS
As taxas de juros cairão a partir de outubro deste ano, segundo o ministro da Fazenda, e continuarão em declínio ao longo do ano de 1999, o que vai permitir uma melhora na situação fiscal do país. Malan expressou a sua confiança nas condições do país de caminhar para reduzir, de forma sustentada, o déficit público consolidado e estabilizar a relação da dívida total do setor público em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB).
Isto, segundo o ministro, irá consolidar os objetivos do Plano Real, que são o controle da inflação, a continuidade do processo de mudança estrutural e do ambiente de produtividade, que são a base do crescimento sustentado, e a continuidade do processo de melhoria das condições de vida da maioria da população.
Malan lembrou ainda, na entrevista, que o crescimento da economia brasileira nos cinco anos que vãode 93 a 97 foi de 4%, afirmando que esta não é uma taxa desprezível em nenhum país do mundo. Em 98, segundo o ministro, o crescimento econômico será da ordem de 2%.
A taxa de inflação este ano, segundo Malan, ficará entre 3% e 4%. O ministro lembrou que esta era a inflação registrada em três dias nos meses imediatamente anteriores ao lançamento do Plano Real.
30/06/1998
Agência Senado
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