Mão Santa diz que Lula não terá apoio do PMDB com almoços e jantares
O senador Mão Santa (PMDB-PI) fez um alerta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o apoio efetivo do PMDB a seu governo não será conseguido com almoços e jantares oferecidos a deputados e senadores do partido. Para ele, o que o PMDB deseja é a liberação de suas emendas orçamentárias, que representam compromisso dos políticos com suas bases eleitorais.
- Presidente Lula, vossa excelência está mal orientado. Não será com almoço e jantar que obterá apoio do PMDB. Cancele os convites e nos dê diálogo franco. As emendas parlamentares não podem ser desrespeitadas, não queremos promessas e palavras que depois não são cumpridas. Esse dinheiro é o que vai para os estados e municípios para melhorar a vida da população - observou.
Segundo Mão Santa, o governo dispõe de recursos, mas está dando primazia aos bancos e ao capital financeiro, em vez de cuidar do trabalhador e da criação de emprego. Ele lembrou palavras de Rui Barbosa, destacando que, em qualquer governo, o trabalho deve ser o item mais importante, ressaltou.
Mão Santa defendeu a necessidade de austeridade no governo, garantindo que o exemplo da cúpula administrativa irradia para todos os setores da sociedade. E criticou os gastos do governo e do PT, manifestando surpresa em constatar "como ficaram ricos em tão pouco tempo".
O senador registrou ainda em seu discurso que nesta sexta-feira (19) se comemora o "Dia da Bandeira". A bandeira brasileira, conforme observou, seguiu filosofia positivista de Auguste Comte, baseada no princípio do amor e da ordem para chegar ao progresso. "Será que estamos vivendo isso no Brasil?", perguntou.
Ele mesmo respondeu que nunca houve tanta desordem no país, nem tanta violência nas ruas, quase uma guerra, principalmente em relação às crianças, fato que comprometerá o futuro do Brasil. O governo federal, afirmou, não está cuidando da violência, e até agora tudo o que se viu foram palavras bonitas, sem ação, destacou.
Segundo Mão Santa, não é difícil conseguir retirar as crianças das ruas, pois isso foi feito no Piauí, nos tempos em que ele era prefeito de Parnaíba e governador do Estado.
> Ney Suassuna: PMDB não vai pedir nada ao presidente Lula
19/11/2004
Agência Senado
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