Miranda não vê motivos para privatização da Celg



O senador Mauro Miranda (PMDB-GO) rebateu nesta quarta-feira (dia 9) os argumentos que estão sendo utilizados para justificar a privatização da Centrais Elétricas de Goiás (Celg), como a inadimplência no pagamento da energia comprada às geradoras federais. Segundo o senador, o uso de subterfúgios políticos para não pagar essa energia representa um "péssimo exemplo", uma vez que o governador de Goiás pertence ao mesmo partido do presidente da República.

- A dívida financeira da Celg, que inviabilizaria a continuação da empresa nas mãos do estado, é argumento que definitivamente não convence a sociedade goiana. Prova disso é que o Conselho do Tribunal de Contas do Estado solicitou uma auditoria na empresa para verificar a sua real situação econômico-financeira - revelou o senador.

Miranda anunciou para o próximo dia 25 a realização, em Goiânia, de um ato público contrário à venda da Celg. O ato, de acordo com o senador, contará com a presença do senador Pedro Simon (PMDB-RS) e do governador de Minas Gerais, Itamar Franco. Contará também com o apoio de outros partidos políticos, como o PT e o PC do B, e lideranças sindicais, acrescentou.

O senador Alberto Silva (PMDB-PI) lembrou que a energia elétrica é o segundo fator no cálculo do chamado "Custo Brasil" e que, no momento em que a indústria brasileira está realizando um grande esforço para tornar-se competitiva no mercado internacional, o governo "empurra um racionamento". Formado em engenharia elétrica, Alberto colocou-se à disposição para compor uma comissão que apresente propostas concretas ao governo para solucionar a crise de energia.

Miranda informou ainda que a Celg foi considerada a melhor distribuidora do Norte e do Centro-Oeste em 2000 pela pesquisa da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Energia Elétrica e que, em 1999, teve uma receita operacional líquida de R$ 636,6 milhões. "Tenho certeza absoluta de que o povo goiano, consultado sobre a venda da Celg, diria um sonoro não ao governador de Goiás", concluiu.

09/05/2001

Agência Senado


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