OCDE afirma que Brasil vai conseguir manter crescimento econômico nos próximos anos



A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) apresentou nesta quarta-feira (26) o estudo econômico da entidade sobre o Brasil. A OCDE realiza esses estudos de forma regular sobre todos os países que integram a organização. Apesar de o Brasil não ser membro, já é o quinto estudo que a entidade realiza sobre o País.

“O objetivo desse estudo é propiciar um debate com o governo brasileiro sobre as políticas econômicas adotadas”, explicou Carlos Cozendey, o Secretário de Assuntos internacionais do Ministério da Fazenda. Cozendey e Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, intermediaram e debateram os dados do estudo.

O relatório é dividido em duas partes: a primeira com projeções macroeconômicas e a segunda com análises e recomendações em áreas especificas. Nessa edição, foram escolhidas as áreas de infraestrutura, investimentos, sustentabilidade e políticas sociais. 

“Diferente dos países que integra a organização, o Brasil caminha para uma redução da dívida em relação ao PIB, liquida e bruta; redução do superavit e do deficit nominal de forma muito mais rápida do que a exposta no estudo. Só esse ano já cumprimos 85% do resultado primário”, comentou. 

O secretário ainda acrescentou que a inconsistência macroeconômica apresentada no documento da OCDE é posta em dúvida tanto pelos economistas do governo quanto pelos analistas de mercado. “Nós aceitamos o debate e a economia é feita assim. Economistas têm projeções diferentes, mas o governo tem se mostrado muito mais alinhado com a atual realidade brasileira do que as projeções que analistas têm defendido desde janeiro”, analisou Holland.  

Segundo o chefe de gabinete da Secretaria Geral da OCDE, Marcos Bonturi, o enfoque do relatório é políticas estruturais. “O Brasil vai conseguir manter um crescimento bem razoável nos próximos anos, com a inflação caindo, com uma política fiscal prudente que vai garantir um declínio gradual da dívida pública em relação ao PIB. Esse quadro é muito positivo se comparado ao restante do mundo”, defendeu. 

 

Projeções macroeconômicas 

Pelas previsões macroeconômicas da OCDE, o Brasil irá crescer 3,6% esse ano e 3,5% em 2012. Já a inflação ficará em 6,5% e 6,2%, respectivamente. O secretário Márcio Holland contrapôs essas projeções. De acordo com ele, o governo tem projeção oficial para o crescimento e não vai deixar o País desacelerar. “É um grande desafio para o País manter as taxas de crescimento e investimento. Se olharmos para nossas políticas de investimentos, veremos que o Brasil tem a capacidade de investimento e crescimento superior ao previsto pela OCDE”, comentou. 

Marcos Bonturi da OCDE explicou que as previsões foram fechadas há algumas semanas. “A principal diferença é que nós estamos trabalhando com um cenário externo muito mais negativo do que o governo brasileiro. Eu espero que nesse item, o governo brasileiro tenha mais razão que nós”. 

Holland esclareceu que a desaceleração desse ano foi provocada por políticas do próprio governo, por meio da adoção de medidas macro-prudenciais, elevação da taxa de juros pelo Banco Central no inicio do ano e contingenciamento fiscal. “Não vamos permitir que essa acomodação implique em desaceleração. A projeção oficial para ano que vem é de crescimento em 5%. Então, no que se refere ao crescimento econômico estamos bem tranqüilos”, ressaltou. 

Quanto à inflação, Holland explicou que, conforme previsto pela Fazenda, até setembro houve acumulação da inflação em relação ao ano anterior e, a partir de então, começou o processo de convergência da inflação para a meta. “Temos hoje um conjunto de informações suficientes para acreditar que a inflação brasileira muito rapidamente vai convergir para o centro da meta”, concluiu. 

 

Fonte:
Ministério da Fazenda



27/10/2011 11:54


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