Pavan diz que Argentina dá exemplo para o Brasil ao aumentar o salário mínimo
Ao anunciar que o salário mínimo na Argentina foi aumentado para US$ 150 em cumprimento a promessas de campanha, o senador Leonel Pavan (PSDB-SC) instou o governo Luiz Inácio Lula da Silva a seguir esse exemplo. Ele lembrou que, na campanha para a Presidência da República, Lula prometeu dobrar o salário mínimo em quatro anos, criar 10 milhões de empregos e não aumentar impostos.
No entanto, continuou o senador, a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) passou de 3% para 7,3%, resultando em recordes sucessivos de arrecadação. Por outro lado, o salário mínimo teve meros R$ 20 de aumento em 2004, passando de R$ 240, em 2003, para R$ 260, o que não parece ao senador um bom começo para se duplicar o mínimo em quatro anos. Em 2002, antes de Lula assumir a Presidência, o valor do mínimo estava em R$ 200.
Pavan disse que o próprio governo Lula já reconheceu que criar 10 milhões de empregos foi um exercício de ficção eleitoral, tendo diminuído a meta para 6 milhões. Na verdade, afirmou, o que o PT tem conseguido aumentar é a sua já gigantesca máquina de propaganda para vender ilusões. Para o senador, o PT vai pagar um alto preço eleitoral, com resultados no segundo turno ainda mais desproporcionais aos gastos financeiros de campanha, do que os alcançados no primeiro turno.
- Na verdade, as metas que têm sendo atingidas pelo Palácio do Planalto, das quais eles podem se orgulhar e estufar o peito, são os recordes de arrecadação, de desemprego, de aumento das tarefas públicas e de carestia para o trabalhador - observou.
Na Argentina, estima-se que o aumento do salário mínimo injete mais de um bilhão de pesos (cotação quase ao par com o real) na outrora debilitada economia, que caminha a passos largos para a recuperação, afirmou.
Pavan finalizou seu pronunciamento perguntando por que o presidente Néstor Kirchner pode pagar um salário mínimo 70% maior do que o brasileiro.
- Não me parece mágica, mas comprometimento com o povo - respondeu.
18/10/2004
Agência Senado
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