Pesquisa mostra queda no consumo de madeira na Amazônia



O mais amplo levantamento de campo sobre o setor madeireiro da Amazônia foi lançado nesta quinta-feira (10), no relatório A atividade madeireira na Amazônia brasileira: produção, receita e mercados.
 
O documento, elaborado pelo Serviço Florestal Brasileiro e o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), traz estatísticas sobre a evolução do setor em termos de consumo de madeira em tora, produção processada, número de empresas, empregos gerados e receita bruta, e sobre o mercado madeireiro na Amazônia Legal.


Um dos resultados que ganhou destaque foi a redução no consumo de madeira em tora na Amazônia Legal entre 1998 e 2009. Segundo o relatório, em 1998, o consumo de toras foi de 28,3 milhões de metros cúbicos, depois caiu para 24,5 milhões em 2004 e para 14,2 milhões de metros cúbicos em 2009.

A queda expressiva no consumo de madeira , conclui o estudo, pode ter ocorrido por três razões: o aumento na fiscalização, a substituição da madeira tropical por produtos concorrentes e a crise econômica mundial.

 
O coordenador da pesquisa pelo Imazon, Denys Pereira, explica que o mercado tem buscado alternativas. "É provável também que o mercado nacional esteja substituindo gradativamente a madeira amazônica por produtos similares (como MDF, laminados e pisos de madeira plantada, por exemplo), principalmente na construção civil. Isto porque estes materiais não apresentam problemas como garantia de fornecimento, variação da qualidade e principalmente, pressão ambiental", conclui o pesquisador.
 
Perfil das empresas e do consumo
Em 2009, foram identificadas 2.227 empresas na Amazônia Legal, e desse total, 846 participaram do estudo, o que representa 39% de todos os empreendimentos em funcionamento na região.
 
Juntas, estas empresas consumiram 14,2 milhões de metros cúbicos de madeira em tora (o equivalente a cerca de 3,5 milhões de árvores) resultando na produção de 5,8 milhões de metros cúbicos de madeira processada.

A maioria (72%) era madeira serrada com baixo valor agregado (ripas, caibros, tábuas e similares). Outros 15% foram transformados em madeira beneficiada com algum nível de agregação tecnológica (pisos, esquadrias, madeira aparelhada etc); e o restante (13%) era madeira laminada e compensada.
 
A estimativa da receita bruta do setor foi cerca de R$ 4,94 bilhões. Dessa receita, o estado do Pará participou com 43%, seguido de Mato Grosso com 33% e Rondônia com 15%.
 
Com essa estrutura, a indústria madeireira gerou aproximadamente 204 mil postos de trabalho, dos quais 66 mil empregos diretos (processamento e exploração florestal) e 137 mil empregos indiretos.
 
O mercado de madeira foi essencialmente nacional em 2009. Aproximadamente 79% do volume produzido de madeira foram destinados ao mercado brasileiro. O estado de São Paulo (17%) e a região Sul (15%) foram os principais consumidores de madeira da Amazônia. Outros 16% foram consumidos nos próprios estados produtores (em 2004 era 11%).

Fonte:
Ministério do Meio Ambiente

 



28/07/2010 01:08


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