PESQUISADORA DO IPEA DEFENDE RENDA MÍNIMA



A saída para diminuir drasticamente a pobreza no Brasil é a adoção de um programa de renda mínima. Foi o que afirmou nesta quinta-feira (dia 26) a pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Lena Lavinas, durante debate na Comissão Mista Especial destinada a estudar as causas da pobreza e encontrar soluções para o problema. Lena Lavinas acompanhou o desenvolvimento dos programas de renda mínima de Belo Horizonte e do Distrito Federal e verificou que os resultados foram muito bons. Ela criticou em sua exposição inicial os programas do tipo compensatórios ou assistencialistas, como a distribuição gratuita e a venda subsidiada de cestas básicas, classificando-os de pouco eficazes (não elevam significativamente o número de calorias consumidas), economicamente inviáveis e sujeitos a fraudes. - As pessoas beneficiadas saberão como alocar o dinheiro para atender suas necessidades e montar estratégias para buscar mais renda com atividades econômicas - disse a pesquisadora. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), autor de um projeto de lei prevendo a instituição a renda mínima pediu a Lena que opinasse sobre a melhor forma de se implementar essa modalidade de política social. Segundo a estudiosa, o formato do programa deve ser adequado ao público e à região atendidos. No entender de Suplicy, o maior obstáculo à implantação da renda mínima é político. Para a senadora Marina Silva (PT-AC), vice-presidente da comissão, um programa de renda mínima deve estar associado a outras políticas sociais. Já o senador Agnelo Alves (PMDB-RN) pregou a utilização de cestas básicas com produtos regionais. O relator da comissão, deputado Roberto Brant (PSDB-MG), elogiou o trabalho de Lena Lavinas por estar solidamente fundamentado em estatísticas. No final da reunião, Agnelo Alves alertou para o ritmo lento dos trabalhos da comissão antevendo que 90 dias poderão não ser suficientes para o cumprimento das metas. Marina Silva, que presidia a sessão, depois da saída do senador Maguito Vilela (PMDB-GO), informou que na próxima quinta-feira (dia 2) poderá ser discutida mudança na periodicidade das reuniões. Há sugestões de que a comissão se reuna às terças e quartas-feiras, e não mais às quintas-feiras.

26/08/1999

Agência Senado


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