Produção industrial cai 0,2% em abril, segundo IBGE



Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (31), os indicadores de produção industrial referentes ao mês de abril de 2012, já descontadas as influências sazonais. A produção industrial apontou variação negativa de 0,2% frente ao mês imediatamente anterior, segundo resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação, acumulando nesse período perda de 0,7%.

No confronto com igual mês do ano anterior, o setor industrial também mostrou queda na produção (-2,9%), oitava taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação. Com isso, o índice acumulado para o primeiro quadrimestre do ano registrou redução de 2,8%, ritmo de queda igual ao do fechamento do primeiro trimestre do ano. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, ao recuar 1,1% em abril de 2012, manteve a trajetória descendente iniciada em outubro de 2010 (11,8%).

Ainda na série com ajuste sazonal, o índice de média móvel trimestral, mesmo apontando em abril de 2012 a primeira taxa positiva desde julho de 2011, manteve o comportamento de menor dinamismo que marca a produção industrial desde abril do ano passado.

Nas comparações com iguais períodos do ano anterior, o setor industrial prosseguiu apontando resultados negativos, com o índice mensal de abril assinalando o oitavo mês consecutivo de redução na produção, e o acumulado no primeiro quadrimestre do ano (-2,8%) intensificando o ritmo de queda frente ao observado no último quadrimestre do ano passado (-1,8%).

Entre as categorias de uso, ainda no confronto com igual período do ano anterior, bens de capital, que passou de -1,1% no último quadrimestre de 2011 para -9,8% nos quatro primeiros meses de 2012, registrou a maior perda de ritmo entre os dois períodos, enquanto o segmento bens de consumo duráveis (de -9,5% para -10,3%) permaneceu com a maior intensidade de queda nos dois períodos.

O setor produtor de bens intermediários, ao passar de -0,5% para -1,5%, também apontou menor dinamismo entre os dois períodos, mas com perdas abaixo da média da indústria, ao passo que o segmento de bens de consumo semi e não duráveis (0,7%) assinalou a única taxa positiva nos quatro primeiros meses de 2012, revertendo o recuo de 1,3% verificado no último quadrimestre do ano passado.

Entre os 27 ramos pesquisados, 13 registram redução de março para abril

Na formação da taxa de -0,2% da atividade industrial na passagem de março para abril, 13 dos 27 ramos pesquisados apontaram redução na produção. Os principais impactos negativos sobre a total da indústria vieram de alimentos (-3,7%) e farmacêutica (-8,5%), com o primeiro revertendo a taxa positiva registrada em março (0,4%), e o segundo acumulando perda de 11,4% em dois meses consecutivos de recuo na produção.

Vale destacar ainda as pressões negativas vindas dos setores de equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, ópticos e outros (-11,6%), bebidas (-1,6%), minerais não metálicos (-1,4%), outros produtos químicos (-0,6%), borracha e plástico (-1,2%) e produtos de metal (-1,1%).

Por outro lado, entre as atividades que avançaram a produção nesse mês, os desempenhos de maior importância para o resultado global da indústria foram observados em edição, impressão e reprodução de gravações (6,7%), que devolveu parte da queda de 7,7% assinalada em março último, e em veículos automotores (2,4%), que acumulou expansão de 27,4% em três meses de taxas positivas consecutivas, eliminando assim parte da perda de 30,3% verificada em janeiro último. Também mereceram destaque as contribuições positivas vindas de máquinas para escritório e equipamentos de informática (5,9%), refino de petróleo e produção de álcool (1,3%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (3,8%) e celulose, papel e produtos de papel (1,3%).

Entre as categorias de uso, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de consumo semi e não duráveis (-1,4%) e bens de consumo duráveis (-0,5%) apontaram as taxas negativas em abril de 2012, com o primeiro acumulando perda de 2,4% em dois meses consecutivos de queda na produção, e o segundo eliminando parte do crescimento de 3,1% observado em março. O setor produtor de bens intermediários (0,0%) ficou estável frente ao patamar do mês imediatamente anterior, após recuar 0,8% em março último, enquanto o segmento de bens de capital (1,9%) avançou pelo terceiro mês consecutivo, acumulando expansão de 10,9% nesse período, recuperando assim parte da perda de 15,9% registrada em janeiro último.

Média móvel trimestral varia 0,2% em abril

Também dentro da série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria mostrou ligeira variação de 0,2% no trimestre encerrado em abril frente ao nível do mês imediatamente anterior, após registrar comportamento predominantemente negativo desde agosto do ano passado. Entre as categorias de uso, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, o destaque positivo ficou com a produção de bens de capital que assinalou crescimento de 3,5% nesse mês revertendo três meses seguidos de taxas negativas.

O segmento de bens intermediários apontou variação de 0,3% em abril de 2012 e registrou o primeiro resultado positivo desde maio de 2011 (0,4%). Os setores produtores de bens de consumo duráveis (-0,7%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-0,5%) apontaram taxas negativas nesse mês, com o primeiro marcando a terceira queda consecutiva nesse indicador, e o segundo interrompendo a trajetória ascendente iniciada em novembro de 2011.

Produção industrial recua 2,9% na comparação com abril de 2011

Na comparação com igual mês do ano anterior, a produção industrial registrou queda de 2,9% em abril de 2012, intensificando o recuo assinalado em março último (-1,9%). Vale destacar que nos dois últimos meses observou-se um dia útil a mais que igual mês do ano anterior: março (22 dias úteis em 2012 x 21 em 2011) e abril (20 x 19).

No índice de abril desse ano, as taxas negativas alcançaram as quatro categorias de uso, 14 dos 27 ramos, 46 dos 76 subsetores e 55% dos 755 produtos pesquisados. Entre os ramos, veículos automotores, que recuou 10,5%, exerceu a maior influência negativa na formação da média da indústria, pressionado em grande parte pela queda na produção de aproximadamente 75% dos produtos investigados no setor, com destaque para caminhões, caminhão-trator para reboques e semi-reboques, veículos para transporte de mercadorias, automóveis e chassis com motor para ônibus e caminhões.

Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram de farmacêutica (-18,2%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-16,6%), alimentos (-3,1%), metalurgia básica (-4,7%), fumo (-20,6%), produtos de metal (-5,7%), têxtil (-7,7%), borracha e plástico (-4,9%) e vestuário e acessórios (-11,9%).

Em termos de produtos, os destaques nesses ramos foram, respectivamente, medicamentos; telefones celulares, aparelhos de comutação para telefonia e televisores; açúcar cristal e carnes e miudezas de aves congeladas; lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono; fumo processado; parafusos, ganchos, porcas e outros artefatos de ferro e aço e lâminas de barbear; tecidos e fios de algodão; peças e acessórios de plástico para indústria automobilística e pneus; e vestidos, calças compridas e camisas de malha de algodão. Por outro lado, ainda na comparação com abril de 2011, entre os doze setores que registraram taxas positivas, os principais impactos ficaram com refino de petróleo e produção de álcool (6,0%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (14,4%) e celulose, papel e produtos de papel (3,9%), impulsionados em grande parte pela maior fabricação de gasolina automotiva e óleo diesel, no primeiro ramo, peças e acessórios para máquinas para processamentos de dados e computadores, no segundo, e celulose no último.

Entre as categorias de uso, ainda no confronto com igual mês do ano passado, bens de consumo duráveis (-6,1%) e bens de capital (-4,1%) registraram as quedas mais elevadas em abril de 2012, com ambas apontando o oitavo mês de resultados negativos consecutivos nesse tipo de comparação. No primeiro segmento, o desempenho desse mês foi influenciado em grande parte pela menor fabricação de telefones celulares (-20,3%), automóveis (-2,7%), eletrodomésticos da “linha marrom” (-8,4%) e motocicletas (-19,2%). Nessa categoria de uso, os principais impactos positivos vieram da maior produção de eletrodomésticos da “linha branca” (9,0%) e de artigos do mobiliário (14,7%).

O setor produtor de bens de capital, que também apontou recuo mais intenso que a média nacional (-2,9%), teve seu resultado especialmente influenciado pela perda verificada em bens de capital para equipamentos de transporte (-9,8%), ainda bastante pressionado pela menor fabricação de caminhões, caminhão-trator para reboques e semi-reboques, veículos para transporte de mercadorias e chassis com motor para ônibus e caminhões. Vale citar ainda os recuos verificados em bens de capital para construção (-12,8%) e para energia elétrica (-3,0%), enquanto os subsetores de bens de capital para fins industriais (1,9%), para uso misto (1,9%) e agrícolas (1,0%) mostraram os resultados positivos em abril de 2012.

Ainda no confronto com abril de 2011, os segmentos de bens de consumo semi e não duráveis (-1,1%) e de bens intermediários (-2,0%) também assinalaram queda na produção, com o primeiro interrompendo uma sequência de três meses de taxas positivas, e o segundo apontando o seu segundo resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação. O primeiro segmento foi negativamente influenciado pelos recuos observados nos grupamentos de outros não duráveis (-2,5%), semiduráveis (-6,4%) e de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-1,2%), explicados em grande parte pela menor produção dos itens vacinas para medicina veterinária e medicamentos, no primeiro subsetor, vestidos, tênis de couro e calçados de material sintético para uso feminino, no segundo, e de carnes e miudezas de aves e carnes de bovinos no último.

Por outro lado, o grupamento de carburantes (9,5%) exerceu o único impacto positivo nessa categoria de uso, impulsionado pela maior fabricação de gasolina automotiva. No setor produtor de bens intermediários, o recuo registrado em abril de 2012 mostrou comportamento negativo para os produtos associados às atividades de metalurgia básica (-4,7%), veículos automotores (-9,2%), têxtil (-8,3%), alimentos (-4,7%), borracha e plástico (-5,3%), produtos de metal (-3,8%) e minerais não metálicos (-1,8%), enquanto as contribuições positivas foram verificadas em refino de petróleo e produção de álcool (4,3%), outros produtos químicos (2,7%), celulose, papel e produtos de papel (2,9%) e indústrias extrativas (0,4%). Ainda nessa categoria de uso, vale citar também os resultados vindos dos grupamentos de insumos para construção civil (3,7%), que assinalou a décima segunda taxa positiva consecutiva, e de embalagens (-3,5%), que apontou a quarta queda seguida nesse tipo de comparação.

Índice acumulado no primeiro quadrimestre recua 2,8%

No índice acumulado dos quatro primeiros meses de 2012, frente a igual período do ano anterior, o recuo foi de 2,8%, com a maior parte (14) dos 27 ramos investigados e três das quatro categorias de uso apontando taxas negativas. O setor de veículos automotores, com queda de 17,9%, se manteve como o de maior influência negativa na formação do índice geral, pressionado pela redução na produção da maior parte dos produtos pesquisados no setor, com destaque para a menor fabricação de automóveis, caminhões, caminhão-trator para reboques e semi-reboques, veículos para transporte de mercadorias e chassis com motor para ônibus e caminhões. Vale citar também as contribuições negativas vindas de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-14,0%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-9,3%), metalurgia básica (-4,0%), farmacêutica (-5,1%), borracha e plástico (-5,3%), têxtil (-7,6%), produtos de metal (-4,7%) e vestuário e acessórios (-13,5%).

Nessas atividades sobressaíram, respectivamente, a menor fabricação dos itens telefones celulares e aparelhos de comutação para telefonia; motores elétricos, equipamentos de alimentação ininterrupta de energia (no break) e transformadores; lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono; medicamentos; pneus para ônibus e caminhões; tecidos e fios de algodão; parafusos, ganchos, porcas e outros artefatos de ferro e aço; e vestidos, calças compridas e camisas de malha de algodão. Por outro lado, entre os 12 ramos que registraram avanço na produção, as principais influências sobre o total da indústria ficaram com os setores de outros produtos químicos (4,8%), refino de petróleo e produção de álcool (4,7%), outros equipamentos de transporte (5,2%) e perfumaria, sabões e produtos de limpeza (6,2%), impulsionados principalmente pela maior produção de herbicidas para uso na agricultura, no primeiro setor, gasolina automotiva, no segundo, aviões, no terceiro, e sabões ou detergentes para uso doméstico ou industrial, água-de-colônia e cremes de beleza no último.

Entre as categorias de uso, o perfil dos resultados para o primeiro quadrimestre de 2012 confirmou o menor dinamismo para bens de consumo duráveis (-10,3%) e bens de capital (-9,8%), pressionados especialmente pela menor produção de automóveis, no primeiro grupamento, e de bens de capital para transporte (caminhões) no segundo. O setor produtor de bens intermediários (-1,5%) apontou recuo menos acentuado que o da média da indústria (-2,8%), enquanto o segmento de bens de consumo semi e não duráveis, com expansão de 0,7%, assinalou o único resultado positivo no índice acumulado dos quatro primeiros meses do ano.

 

Fonte:
IBGE



31/05/2012 16:19


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