Programa Água Doce vai beneficiar 26 mil no Piauí




Os moradores de áreas rurais do semiárido piauiense terão acesso à água potável. O Ministério do Meio Ambiente (MMA), em parceria com o governo estadual, iniciará a execução do Programa Água Doce nas regiões mais necessitadas do Estado. O anúncio ocorrerá nesta quinta-feira (7), em Teresina, com a presença de representantes dos governos locais e das comunidades que serão beneficiadas pelo projeto.

Ao todo, R$ 13 milhões serão investidos na construção de 67 sistemas de dessalinização da água encontrada nos lençóis freáticos das regiões que sofrem com a seca no Piauí.

Coordenado pelo MMA, o programa é uma ação do governo federal com o objetivo de estabelecer uma política pública permanente de acesso à água de boa qualidade para o consumo humano. Lançado em 2004, passou a integrar o plano Brasil sem Miséria há dois anos e consiste na implantação e recuperação de aparelhos de dessalinização em áreas rurais de baixa renda do semiárido brasileiro. O Água Doce abrange os nove estados do Nordeste e Minas Gerais e já beneficiou, até agora, aproximadamente 100 mil pessoas em 154 diferentes pontos atingidos pela seca no País. 

Filtragem

A chegada do programa ao Piauí beneficiará mais de 26 mil pessoas. As equipes farão um diagnóstico com base em uma lista de 20 municípios em situação mais crítica. Campo Alegre do Fidalgo, Curral Novo do Piauí e Betânia do Piauí aparecem nos três primeiros lugares, respectivamente, no ranking de regiões prioritárias a serem contempladas. Os sistemas de dessalinização serão instalados conforme a necessidade de cada local. A previsão é que as primeiras obras comecem até a metade do próximo ano. 

O sistema funciona como um purificador da água coletada por meio de poços já existentes nas comunidades beneficiadas. O coordenador nacional do programa, Renato Ferreira, afirma que a medida leva em conta cuidados ambientais, técnicos e sociais. “Ao fazer a filtragem molecular, o sistema tira bactérias, vírus e outros micro-organismos com um dos mecanismos mais potentes disponíveis no mundo”, afirmou. “As pessoas vão deixar de recorrer a barreiros e açudes e começar a tomar água potável.”

A água própria para o consumo passará pelo processo de purificação e será oferecida à população em espaços como um tanque ou um chafariz. Os moradores precisarão coletá-la em recipientes como baldes e latas. Para a maior comodidade dos usuários, o equipamento será instalado em pontos estratégicos da comunidade, definidos pelas equipes durante a fase de diagnóstico. “O sistema de dessalinização não precisa ficar onde está o poço e, portanto, será colocado na posição mais central para facilitar o acesso dos usuários”, explicou o coordenador nacional do programa. 

Panorama

Cerca de 20 milhões de pessoas habitam a região do semiárido, o que representa 12,3% da população do País. A área total é de 969 mil quilômetros quadrados (11% do território brasileiro). Entre a população que convive com a escassez de água, 9 milhões estão na zona rural. A carência de recursos hídricos na região decorre da variabilidade temporal e espacial de chuvas e das características geológicas dominantes, com a predominância de solos rasos sob rochas cristalinas.

O programa prioriza as regiões em situação mais críticas. Lugares com os menores índices de Desenvolvimento Humano (IDH), altos percentuais de mortalidade infantil, baixos índices pluviométricos e com dificuldades de acesso aos recursos hídricos serão os primeiros a serem contemplados pelos planos. Assim como o Índice de Condição de Acesso à Água do Semiárido (ICAA), desenvolvido a partir do cruzamento dos mesmos indicadores.

Fonte:
Ministério do Meio Ambiente



06/11/2013 18:23


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