Relatório final pede indiciamento de Palocci, Okamotto e Waldomiro



No resumo do relatório final dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos divulgado nesta quinta-feira (8), o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) pede 49 indiciamentos, sendo uma empresa e 48 pessoas, entre elas o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamotto. Também constam da lista os nomes do ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil Waldomiro Diniz e do advogado Rogério Tadeu Buratti, ex-secretário de Governo de Palocci durante sua gestão na prefeitura de Ribeirão Preto (SP). Foi pedido ainda o indiciamento do empresário de jogos Carlos Augusto de Oliveira Ramos, mais conhecido como Carlinhos Cachoeira. O relatório deve ser votado no próximo dia 20.

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Os nomes de Buratti, Waldomiro e Cachoeira já constavam do relatório parcial, aprovado em janeiro, sobre o caso Gtech, que pediu o indiciamento de 34 pessoas e três empresas. Portanto, somados os dois relatórios, Garibaldi pede que 79 pessoas e quatro empresas sejam indiciadas.

De acordo com o texto final apresentado nesta quinta, "o extenso trabalho de investigação exposto neste relatório forneceu a esta CPI elementos suficientes para concluir pela existência de indícios que permitem qualificar (criminalmente) as condutas de pessoas físicas e jurídicas citadas". Em seguida são relacionados os nomes das pessoas que foram alvo das investigações e citados os crimes que teriam cometido.

O relator pede o indiciamento do ex-ministro Antonio Palocci pelos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica, peculato, lavagem de dinheiro e improbidade administrativa, por conta de sua possível participação em um esquema de cobrança de propina das empresas de lixo da cidade de Ribeirão Preto. O empresário Luiz Cláudio Ferreira Leão, um dos donos da empresa de coleta de lixo Leão Leão, aparece citado por formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro e improbidade administrativa. Nesse mesmo conjunto de denúncias está o nome do advogado Rogério Tadeu Buratti.

Já Waldomiro Diniz da Silva, flagrado cobrando propina ao empresário Carlinhos Cachoeira, foi associado aos crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção ativa, crime contra o procedimento licitatório e improbidade administrativa. Cachoeira é acusado de ter cometido os crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva, crime contra o procedimento licitatório e improbidade administrativa.

Na parte destinada à apuração do "caso Celso Daniel", que investigou o assassinato do então prefeito de Santo André (SP), surge o pedido de indiciamento do ex-secretário de Serviços Municipais de Santo André Klinger Luiz de Oliveira Souza e dos empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, e Ronan Maria Pinto - acusados de participar de um esquema de corrupção para abastecer o caixa dois do PT durante a gestão de Daniel - por crimes como concussão e formação de quadrilha. Sérgio Gomes teve também pedido seu indiciamento por homicídio, já que é apontado como o possível mandante do assassinato de Daniel.

No que se refere ao financiamento irregular de campanha, Garibaldi pede o indiciamento, entre outros nomes, de Paulo Okamotto, por lavagem de dinheiro e crimes contra a ordem tributária. Okamotto é o presidente do Sebrae e chegou a afirmar - e depois voltou atrás - que pagou dívidas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Relatório sugere que assassinato de Celso Daniel tem ligação com esquema de arrecadação de propinas para o PT



08/06/2006

Agência Senado


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