Rio Grande do Sul teve queda de 800 MW às 13h35min








Rio Grande do Sul teve queda de 800 MW às 13h35min
O Rio Grande do Sul foi parcialmente atingido pelo apagão. Pelos levantamentos divulgados pelas três companhias responsáveis pelo sistema de distribuição, a Fronteira-Oeste foi a região mais atingida no estado.

A secretária de Energia, Minas e Comunicações, Dilma Roussef, informou que quando houve o desarmamento do sistema, às 13h35min, a carga no estado era de 3.500 megawatts e houve uma queda de 800 MW, atingindo Porto Alegre e vários municípios do interior gaúcho. Houve falta de luz e oscilações de energia por pouco mais de meia hora. Segundo a secretária, a recuperação do sistema começou às 14h05min e às 14h15min o problema já estava resolvido. Para Dilma, esse segundo apagão que o País enfrenta demonstra “a fragilidade do sistema”.

As três distribuidoras de energia do Rio Grande do Sul divulgaram levantamentos sobre o problema. A Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) informou que em Porto Alegre a zona mais afetada foi a norte. A falta de energia desligou várias sinaleiras, obrigando a Empresa Portoalegrense de Transporte e Circulação a deslocar boa parte de seu efetivo para cuidar do trânsito nos bairros afetados.

A CEEE atende 68 municípios das regiões Sul e Sudeste do Rio Grande do Sul, num total de mais de 1 milhão de usuários. A companhia registrou cortes no fornecimento das 13h35min às 13h45min e das 14h07min às 14h14min. A recuperação total ocorreu logo depois. Os curtos desligamentos são provocados pelos sistemas de proteção que desconectam algumas cargas da rede quando há forte oscilação. Com o equilíbrio, aos poucos algumas cargas foram liberadas pelos sistemas de proteção.

Na área de atuação da RGE-Rio Grande Energia o fornecimento de energia foi interrompido por um período máximo de seis minutos em 13 municípios. A RGE é responsável pelo atendimento de 243 cidades das regiões Norte e Nordeste do estado onde vivem mais de 3,2 milhões de habitantes.

No caso da AES-Sul, a empresa é responsável pela distribuição de energia a 113 municípios das regiões Metropolitana e Centro-Oeste, abrangendo mais de 900 mil clientes. A AES divulgou que as oscilações duraram 25 minutos em nove cidades e em algumas delas chegou a haver interrupção do fornecimento. Em Santa Maria, por exemplo, na zona Central do estado, a falta de luz afetou metade da cidade.


Blecaute reduziu carga da Celesc
O fornecimento de eletricidade em território catarinense foi interrompido duas vezes ontem. O primeiro corte ocorreu às 13h34m, quando a Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), responsável pelo abastecimento do estado, ficou sem 30% de sua carga, que caiu de 2070 megawatts (MW) para 1470 MW durante 11 minutos.

Para aliviar o impacto da queda, a Celesc redistribuiu a carga por áreas, o que levou à interrupção do fornecimento de energia a cerca 1,5 milhão de pessoas, ou cerca de um terço do pessoal atendido pela empresa, que possui pouco mais de 1,7 milhão de clientes (ligações elétricas). O segundo corte, de cinco minutos, ocorreu às 15h30m. Nas duas interrupções a região mais prejudicada foi o sul do Estado.

No final do expediente comercial, às 17 horas, o fornecimento estava normal, tanto que todo o pessoal técnico da regional da Celesc em Criciúma foi embora. Sem informações precisas, o plantão regional da Celesc ainda atribuía o corte de energia a um problema na subestação da Eletrosul em Siderópolis, no sul do estado. A Celesc compra de Itaipu cerca de 25% da energia que distribui.

No final da tarde, em Florianópolis, o presidente da Celesc, Francisco Küster, fazia questão de cobrar das autoridades a identificação do problema causador do blecaute. “Não podemos ficar no escuro, sob pena de o problema se repetir”, diz ele.

Até aquele momento, Küster sabia apenas que no início da tarde a usina de Itaipu havia desligado nove turbinas em virtude da “abertura” de duas linhas de transmissão, uma de 525 KV, outra de 765 KV. Quanto ao problema do meio da tarde, Küster o atribuiu a um problema surgido na Usina Termelétrica Jorge Lacerda, da Gerasul, que produz energia a partir da queima de carvão mineral em Capivari de Baixo, no sul do Estado. Nesse caso, porém, a Celesc teve de fazer um corte de carga de apenas 45 MW por 15 minutos.

A Centrais Geradoras do Sul do Brasil (Gerasul) distribuiu nota informando que no momento do problema, às 13h34m, a empresa entregava 2099 MW médios ao Operador Nacional do Sistema Elétrico. “Imediatamente, atendendo a pedido do NOS, a companhia ampliou o fornecimento e às 14h03m a Gerasul já fornecia 3.627 MW médios”, diz a nota. Segundo a empresa, às 14h20m, a caldeira sete da UT Jorge Lacerda C, que tem capacidade de produzir 363 MW médios, “apresentou perda de pressão” e sua operação foi suspensa.

O problema pode ter sido causado pela alteração (queda) de frequência do sistema Sul-Sudeste, que normalmente opera em 60 hertz. Segundo uma fonte da Celesc, é possível que a queda da frequência tenha sido causada pela entrada no sistema de corrente cedida pelo Paraguai, onde a frequência é de 50 hertz.

O presidente da Celesc descartou a hipótese de que esse episódio pudesse reabrir o atrito comercial com a Gerasul, que responde por dois terços da energia destribuída pela estatal catarinense. No ano passado, as duas se envolveram num bate-boca por causa de uma queda no fornecimento de corrente elétrica.

A Celesc está preparada para receber queixas hoje. “Blecaute traz prejuízos para todo mundo”, diz Küster, o presidente da empresa. Em Criciúma, principal cidade da região sul catarinense, a Chroma Informática ME atendeu sete chamadas de clientes que tiveram problemas com computadores, até as 16 horas de ontem. Na Cimpor Concreto, de Capivari de Baixo, município onde ficam as usinas termelétricas a carvão mineral da Gerasul, faltou luz por 15 minutos depois do almoço. “Felizmente nosso sistema de mistura de concreto não estava carregado”, disse o responsável pela produção.

Embora mais concentrado no sul do Estado, o blecaute também foi sentido em Florianópolis e outras cidades de maior porte. A Cimento Votoran, de Itajaí, que produz pouco mais de 1 mil toneladas de cimento por dia, “sentiu” a queda da tensão elétrica mas não chegou a interromper a produção. Na Weg, maior empresa de Jaraguá do Sul, a luz deu uma piscada forte por volta de 13h30m mas a energia não caiu e a produção não foi afetada.

A Tupy, de Joinville, maior consumidora de eletricidade do Estado, sofreu uma interrupção de cinco minutos no fornecimento mas não teve a produção afetada, segundo informou a diretoria.


Região Sul é afetada pela falta de energia
O blecaute provocou o desligamento automático, às 13h13min, de 14 das 18 turbinas de Itaipu, a maior hidrelétrica do mundo. Só permaneceram em funcionamento as quatro máquinas que estavam gerando energia para o Paraguai, parceiro do Brasil na usina. Mesmo assim, essas turbinas atuaram com capacidade reduzida, gerando 950,30 megawatts (o equivalente a uma turbina e meia) para não haver excesso de oferta. O Paraguai revende ao Brasil 96% da energia a que tem direito. Itaipu produz 25% da energia consumida no Brasil e 37% da demanda das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Segundo a Companhia Paranaense de Energia (Copel), o blecaute deixou 1,3 milhão de pessoas sem energia nas regiões Norte e Noroeste, especialmente Maringá, onde as industrias das Cooperativas Cocamar e Coamo ficaram sem luz por cinco horas. Alguns bairros de Curitiba também foram afetados durante poucos minutos. Às 14h30min, três turbinas foram religadas para fornecer 1.615 megawatts aos estados do Sul.

Nesse horário, o sistema de transmissão para Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul foi restabelecido. O diretor-geral brasileiro da Itaipu, Euclides Scalco, considera que o problema no sistema de transmissão de Furnas Centrais Elétricas tenha ocorrido na subestação de Ivaiporã (região Central do Paraná), onde a linha sofre uma bifurcação, com uma ramificação seguindo para o Sudeste e a outra para o Sul. Às 16h já havia quatro turbinas em funcionamento para fornecer energia para o Sul.

Quatro das sete plantas industriais da Cooperativa dos Cafeicultores e Agropecuaristas de Maringá (Cocamar), no Paraná, ficaram paralisadas por cerca de cinco horas por causa do blecaute. A interrupção do fornecimento de energia elétrica durou apenas 50 minutos, mas as indústrias, localizadas no Noroeste do estado, tiveram de parar por mais tempo para retomar a produção, informou o superintendente comercial e industrial da Cocamar, Celso Carlos dos Santos Júnior. Na Cooperativa Agropecuária Mourãoense (Coamo), de Campo Mourão, Centro-Oeste do Paraná, a interrupção durou 40 minutos e atingiu a refinaria e a indústria de processamento de óleo, além da fiação de algodão.


Cresce demanda por microcrédito no Rio Grande do Sul
As duas instituições de específicas de microcrédito do Rio Grande do Sul fecharam 2001 com aumento no número de financiamentos liberados em comparação ao ano anterior. A Portosol, com postos em Porto Alegre e Novo Hamburgo, subiu de 6,2 mil para 14 mil atendimentos. Os valores liberados passaram de R$ 5,2 milhões para R$ 14,5 milhões. Em apenas seis anos de atuação, a instituição contabilizou R$ 38 milhões emprestados a 37 mil empreendedores. O Centro de Apoio (Ceape) Ana Terra, que além da Capital está instalado em Canoas, Santa Maria e Pelotas, há dois anos apresenta um crescimento de 30% no número de operações. Nos 15 anos de atuação, o Ana Terra registrou um total de R$ 29 milhões liberados para 35 mil clientes.

Segundo a diretora-executiva do Ceape, Alda Miller, 2001 somou, até outubro, R$ 2,5 milhões em financiamentos concedidos a cerca de três mil micro-empresários, formais ou informais.

O Banrisul, que trabalha com micro ou pequenas empresas mais consolidadas, também encerrou o ano com um crescimento significativo no número de operações. Em 2000, o total financiado chegou a R$ 77 milhões, montante que alcançou R$ 129 milhões ano passado - 20% em Porto Alegre e, o restante, no Interior. O chefe do Departamento Comercial do banco, Antonio Claudio Muniz Borges, entende que o acréscimo no número de financiamentos é o resultado do crescimento da economia gaúcha, aliado à política do Banrisul em começar a dar mais atenção à pessoa jurídica, micro e pequenas empresas.

A busca por um negócio próprio no comércio lidera a procura por crédito. Conforme as estatísticas do Ana Terra, 65% dos clientes buscam investir no setor. O percentual no segmento produção chega a 20% e, o de serviços, a 15%.

elos números da Portosol, o comércio aparece na dianteira com 52% do interesse dos clientes, seguido pelos serviços (31%) e produção (16%). Investimentos mistos registraram 1% da procura. Nas duas instituições, é a área de confecções que desperta a maior demanda, mesmo que no levantamento do Ana Terra o ramo apareça inserido no segmento produção, o segundo colocado nos três itens. No caso da Portosol, as confecções se dividem em comércio e produção. “A confecção é uma atividade em que é exigido pouco capital para se iniciar. Com uma máquina e poucos metros de tecido dá para começar o negócio”, avalia Alda Miller. Na busca por um empreendimento na área de serviços, a constatação das duas instituições é que a maioria dos interessados optou por tentar montar oficinas mecânicas.

Em 2001, a média do valor financiado pelo Ana Terra foi de R$ 1,1 mil. No ramo de confecções, girou entre R$ 2mil e R$ 2,5 mil. O gerente marketing e desenvolvimento da Portosol, Cristiano Mross, revela que, entre todas as atividades, a média de crédito concedido alcançou R$ 1,4 mil.

Mross entende que o salto no número de operações da Porto Sol em 2001 foi reflexo dos novos produtos criados, como o desconto de recebíveis (cheques pré-datados referentes à venda de produtos ou serviços da empresa) e abertura de um posto em Novo Hamburgo, que correspondeu, ano passado, por 25% dos atendimento de clientes. A projeção para 2002 é de uma movimentação ainda maior. A expectativa está amparada em novidades como financiamento para o pagamento de Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e do Imposto sobre Veículos Automotores (IPVA), lançados semana passada, além da abertura de quatro novos postos. Dois serão em Gravataí e Cachoeirinha. “Os financiamentos para IPVA e IPTU são somente para quem se enquadra como nosso cliente”, lembra o gerente de marketing da Portosol.

A inadimplência também é considerada baixa. No caso do Ana Terra, que trabalha com uma taxa de juros variável entre 4% e 5,5%, o percentual foi de 5% em 2001. Na Portosol, que opera com juros de 3,5% a 4,49%, ficou em 5%. O Ceap empresta de R$ 200 a R$ 10 mil para capital de giro e investimentos como máquinas, equipamentos e melhorias de instalações. O crédito da Portosol pode chegar a R$ 15 mil.

As duas instituições trabalham sem fins lucrativos. O Ceape Ana Terra é uma organização não-governamental e a Portosol tem como sócios fundadores a prefeitura da Capital, os governos do Estado e federal e a Associação dos Jovens Empresários de Porto Alegre.


Economia de Santa Catarina deixa de receber investimentos
A resolução 100, a mais recente divulgada pela Câmara de Gestão da Crise de Energia (CGE), retirou definitivamente a Termo Catarinense Norte (TCN) do Programa Prioritário de Termeletricidade (PPT). Com isso, tornou inviável, ao menos no curto prazo, a construção da térmica, encampada e divulgada durante meses pelo vice-governador Paulo Bauer (PFL), responsável pelos assuntos de energia da administração estadual. A planta seria abastecida com gás natural proveniente da Bolívia e geraria 350 Megawatts (MW). O investimento, previsto em US$ 250 milhões, seria feito pelos norte americanos da El Paso.

No meio do caminho, no entanto, o conselho de administração da Celesc impediu a empresa de assinar o contrato de compra da energia que seria fornecida pela nova usina. As empresas não chegaram a um consenso e o projeto foi abandonado pelos americanos.

O caso da TCN, porém, não foi o primeiro. Em época de escassez de empregos, quando o anúncio de novas indústrias - e vagas de trabalho - rende votos e prestígio, é comum que os governantes façam grandes eventos para anunciar a chegada ao estado de um empreendimento. Vez ou outra, porém, o investimento não vira realidade.

Em Joinville, por exemplo, a prefeitura e o governo do estado construíram uma ponte e asfaltaram a estrada que serviria de acesso a uma unidade da Antarctica. A empresa, que já tinha uma cervejaria na cidade, chegou a anunciar investimentos de R$ 145 milhões na nova planta. O projeto, porém, acabou não se concretizando depois da criação da Ambev. Como a Brahma, sócia da Antarctica na nova companhia, tem uma fábrica em Lages, o empreendimento joinvillense foi engavetado.

Como compensação, a empresa transformou sua antiga unidade, na região central da cidade, em um centro cultural. “O prefeito Luiz Henrique da Silveira tem intenção de trazer outra cervejaria para a cidade”, diz o secretário de Desenvolvimento do município, Ademir Machado. Nos últimos meses houve especulações de que a Schincariol poderia aproveitar a água de boa qualidade da região. “Até agora há apenas especulações. Nenhuma conversa progrediu”, diz Machado.

A Antarctica, porém, não foi a única indústria a não vingar em Joinville. A General Motors também anunciou que ergueria uma unidade de US$ 500 milhões no norte do estado, mas preferiu instala r-se em Gravataí, no Rio Grande do Sul. Essa, aliás, foi a maior derrota do ex-governador Paulo Afonso Vieira, do PMDB, na guerra fiscal.

O sonho da instalação de uma montadora de automóveis em solo catarinense permaneceu e ganhou força no início do governo Esperidião Amin. Tanto que, em viagem à Europa, o então secretário do Desenvolvimento Econômico, Paulo Gouvêa da Costa, posou para fotos dentro de um bólido da inglesa TVR. Era o ponto alto das negociações com o inglês Chreigton Brown, amigo do governador que era apresentado como futuro presidente da South American Sports Cars, empresa responsável pela montagem das unidades da TVR em Santa Catarina. Segundo o que se disse na época, a unidade consumiria US$ 22 milhões e entraria em operação este ano.

A empolgação do hoje deputado federal Gouvêa da Costa, porém, ainda não teve o resultado desejado. Governo e montadora assinaram o protocolo de instalação do empreendimento em fevereiro de 2000. A partir daí, os dois lados não se acertaram mais. Primeiro houve divergências quanto aos incentivos fiscais que seriam oferecidos à indústria. Depois, e mesmo sem a solução da questão dos incentivos, os responsáveis pela South American justificaram novos atrasos na instalação por dificuldades na negociação do terreno onde ficaria a unidade e por causa do racionamento de energia adotado pelo País.

Agora, explica o representante de Chreigton Brown no País, Kevin Freyburg, os candidatos a dirigir um TVR terão que esperar mais um pouco. E a culpa, observa, é de Osama Bin Laden. “O processo de instalação foi temporariamente suspenso por causa da queda do World Trade Center. Isso porque investidores que participarão do projeto tinham escritórios nas torres gêmeas e precisam reorganizar seus papéis antes de liberar recursos para a compra da área em Joinville”.

Por coincidência, a compra do terreno, primeiro passo concreto para a instalação da montadora, ocorreria justamente em meados de setembro, depois do dia 11. E as montadoras parecem mesmo estar se transformando na maior dor-de-cabeça dos governantes. Em Pomerode, a prefeitura doou um terreno de 250 mil metros quadrados para Rueu Shop, fabricante de tratores que anunciou desembolso de R$ 23 milhões para a instalação de uma filial no município. Na área doada, hoje há apenas um galpão semi-acabado e abandonado. “Desde outubro não consigo nem falar com os responsáveis pela empresa. Nas próximas semanas vou a Florianópolis conversar com o governador para resolvermos o caso”, diz a prefeita Magrit Krueger. Segundo ela, a área, que teve até o serviço de terraplanagem pago pelo município, deverá ser desapropriada e doada a outras empresas. “Há indústrias que querem vir para cá ou expandir unidades já existentes e não podem por falta de espaço. Ao mesmo tempo, temos aqueles 250 mil metros quadrados não usados”.


Calote argentino preocupa
A Câmara de Comércio Exterior da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) enviou ontem um questionário para saber o tamanho do calote argentino entre as 900 indústrias exportadoras do Estado. Até às 16h30min de ontem, 14 questionários haviam sido respondidos e os valores a receber, informados por essas empresas catarinenses, já somavam US$ 1,54 milhão.

O questionário, desenvolvido pela Câmara de Comércio Exterior da Presidência da República (Camex), em parceria com a Fiesc, incluiu perguntas sobre o tipo de documento de crédito utilizado na transação, os valores vencidos e os valores que estão por vencer; os prazos pactuados e o tipo de garantia utilizada na transação. A situação do cliente argentino e a sua categoria (se é empresa privada ou pública) também está sendo analisada.

A Fiesc receberá os questionários respondidos até o próxima quinta-feira (dia 24). Segundo a presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc, Maria Teresa Bustamante, levantamentos do Governo Federal revelaram que as exportações do Brasil para a Argentina estão chegando ao ponto de total paralisia. A estimativa é de que o calote argentino já tenha chegado aos US$ 2 bilhões.


Colunistas

NOMES & NOTAS

Cartões
A empresa gaúcha Good Card, especializada na administração de convênios por cartões magnéticos, fechou 2001 com 735 mil cartões, conquistados em dois anos de operações. O carro chefe da empresa é o Good Med, desenvolvido em parceria com a Unimed Campinas, que já conta com 480 mil usuários. O cartão facilita o acesso a uma lista de medicamentos, com descontos em laboratórios. O Fuel Control, cartão para o controle de abastecimento de veículos, está sendo utilizado por 143 empresas brasileiras, controlando os gastos com combustível de 24,8 mil veículos.

Repasse
A concessionária Viapar, responsável pelo Lote 2 do Anel de Integração, com total de 474 quilômetros, recolheu durante o exercício de 2001 um total de R$ 3,012 milhões em ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) aos cofres de 23 municípios servidos pela malha rodoviária. O imposto, previsto em lei federal, começou a valer em 2000 e é incidente sobre a cobrança das tarifas de pedágio, variando em 5% na média. Segundo a empresa, os valores são repassados mensalmente aos municípios, tornando-se uma importante receita adicional que é transformada em benefícios à população. A cidade de Floresta, por exemplo, às margens da PR-317 entre Maringá e Campo Mourão, onde está situada uma das praças de pedágio da Viapar, recebeu durante 2001 cerca de R$ 236 mil da concessionária; Presidente Castelo Branco, servida pela BR-376 entre Maringá e Paranavaí, onde está localizada outra praça, recebeu R$ 152 mil; por sua vez, Mandaguari e Marialva, também atendidas pela BR-376, tiveram direito a R$ 256 mil cada; em Corbélia e Campo Mourão, onde há outras duas praças de pedágio, o total foi de, respectivamente, R$ 202 mil e R$ 130 mil.

Voluntariado
A Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos), em São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre, firmou apoio com a entidade Parceiros Voluntários. A vice-presidente da ONG gaúcha, Maria Elena Johannpeter, convidou o reitor Aloysio Bohnen a participar do conselho deliberativo do Parceiros Voluntários. O padre Bohnen aceitou a indicação, destacando que a universidade vai se empenhar para fortalecer ainda mais o bem comum e a cidadania no Estado. “O voluntariado possibilita o surgimento de novos talentos e termina com o individualismo”, afirmou Bohnen.

Inversão do tráfego
A Polícia Rodoviária Federal considerou satisfatória a chamada “Operação Retorno”, que no último domingo inverteu o tráfego na BR-101 no sentido Norte-Sul. Segundo a PRF nenhum acidente foi registrado e a operação será repetida no próximo domingo (27). Das 17h30min às 18h30min de domingo, 19 quilômetros, entre o trevo da Praia do Sonho e de Santo Amaro da Imperatriz, foram liberados para o fluxo de veículos em duas pistas. A fila que se formou no sentido contrário, a partir do trevo de Santo Amaro, segundo a PRF, foi de dois quilômetros.

Parceria
A partir deste mês, a Guarida Imóveis passa a ser representante credenciada da Sinosserra Consórcios. Essa união será uma forma de oferecer maior tranqüilidade a quem deseja adquirir um imóvel no mercado gaúcho. Isso porque, o consumidor encontrará dois serviços em um mesmo lugar: a compra do plano de consórcio e as ofertas de imóveis. Esse benefício diminui o tempo que o cliente necessita investir no processo de compra, que geralmente exige larga documentação, o que é dispensado no consórcio. Além disso, o consumidor terá a garantia e segurança de estar trabalhando com duas empresas de tradição.

Avaliação
Hoje e amanhã, a prefeita de Florianópolis, Ângela Amin, reúne o colegiado municipal para avaliar o terceiro quadrimestre do ano de 2001. Todas as secretarias, fundações e autarquias da prefeitura deverão apresentar uma avaliação das suas atividades nos últimos quatro meses do ano passado. Além disso, a prefeita e os secretários vão discutir os projetos que deverão ser contemplados em 2002. Nos relatórios quadrimestrais que serão apresentados, todos os secretários deverão entregar para a prefeita um relatório de investimento e gastos, de acordo com os projetos realizados em 2001.

Energia
O empresário Sidney Simonaggio, presidente da Rio Grande Energia (RGE), uma das distribuidoras de energia elétrica no Rio Grande do Sul, apresenta amanhã um balanço da empresa em 2001 e adianta os investimentos previstos para 2002, em entrevista coletiva.


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01/22/2002


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