Seminário abre as comemorações pelos 60 anos do Ibict



Integrar as ações de ensino, pesquisa e serviços de informação, dar maior visibilidade ao trabalho do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict/MCTI) e ampliar o diálogo com a sociedade. É com esse fôlego que a nova diretora da instituição, Cecília Leite, pretende dar prosseguimento às atividades do instituto conduzidas pelo seu antecessor, Emir Suaiden, nos últimos oito anos. Uma síntese do plano de gestão, para o período 2014-2017, foi apresentada aos servidores, nesta quarta-feira (12), em Brasília, em evento que abriu as comemorações pelos 60 anos da instituição. 

O seminário, que, segundo Cecília, reúne pela primeira vez os funcionários do instituto lotados em Brasília e no Rio de Janeiro, tem por objetivo ampliar a integração entre as duas unidades. “A nossa intenção é que as pesquisas de lá [Rio] possam contribuir com os nossos serviços e produtos e que os nossos produtos e serviços possam ser base de pesquisa também para lá”, comentou a diretora.

Na abertura do evento, antigos servidores relataram experiências pessoais e procuraram mostrar a relevância e o papel da instituição ao longo das seis décadas de existência. “O Ibict nasceu sob a égide da inovação e da vanguarda”, disse a dirigente. “Quando não se falava em controle bibliográfico, o Brasil criou o IBBD, que é a origem do Ibict. Só a França tinha um instituto dessa natureza. Dois anos depois foi a Rússia e o mundo inteiro foi criando.”

Na avaliação de Cecília, o instituto tem muito a comemorar pela sua atuação. Ela lamenta o desconhecimento da sociedade em relação ao trabalho da unidade de pesquisa e considera o momento atual oportuno para mudar essa realidade. “Estamos na Era da Informação e a informação neste País só teve muita ênfase na época da repressão”, relembra.

“Agora temos informação para a libertação, para gerar conhecimento e inovação, e o Ibict mantém a maior expertise no País em trabalhar, organizar, disseminar a informação e criar arquiteturas de sistema que possa integrar base de dados e gerar informação de diversas áreas do conhecimento”, ressaltou.

Histórico

A origem do Ibict remonta ao início da década de 50, quando a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) sugeriu à Fundação Getulio Vargas (FGV) que promovesse a criação, no Brasil, de um centro nacional de bibliografia. A ação da Unesco, à época, foi decisiva para o surgimento de instituições do gênero em diferentes países. A escolha inicial da FGV se deveu ao fato de aquela instituição estar realizando importantes atividades na área de bibliografia e documentação.

Por essa época, estava sendo criado, também, o Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), que tinha, entre suas atribuições, "manter relação com instituições nacionais e estrangeiras para intercâmbio de documentação técnico-científica". Por meio de proposta conjunta CNPq/FGV, foi criado, em 27 de fevereiro de 1954, pelo Decreto 35.124, o Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação (IBBD), que passou a integrar a estrutura organizacional do CNPq.

Os anos 70 são marcados por uma reorganização das atividades de ciência e tecnologia no País. Registra-se a transformação do Conselho Nacional de Pesquisas em Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, ampliando o seu poder, transformando-o em fundação, ligando-o à Secretaria do Planejamento e à Presidência da República. Também o IBBD passa por uma transformação, inclusive com a mudança de nome para Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), por resolução do CNPq. O Ibict se consolidava, então, como órgão que coordenaria, no Brasil, as atividades de informação em C&T.

Desde 1975, a unidade vem desenvolvendo as funções de Centro Nacional da Rede ISSN, para atribuição do número internacional normalizado para publicações seriadas. A partir de 1980, o instituto se estabeleceu como Centro Brasileiro do ISSN e passou a ser o único membro no Brasil para atribuição do código ISSN.

Um dos primeiros serviços do Ibict, o Catálogo Coletivo Nacional de Publicações Seriadas (CCN), foi criado em 1954, pelo então IBBD, como um catálogo convencional de fichas, com prestação de informações presenciais, por telefone ou correspondência. Desde então, o serviço tem acompanhado a evolução das tecnologias, passando pela edição impressa, por microfichas e, finalmente, para sua atual versão eletrônica.

O Programa de Comutação Bibliográfica (Comut), instituído em 1980, é um dos produtos tradicionais do Ibict, que possibilita a obtenção de cópias de documentos técnicos científicos disponíveis nos acervos das principais bibliotecas brasileiras e em serviços de informação internacionais.

O Ibict tem atuado também na promoção da popularização da informação científica e tecnológica. São exemplos dessa iniciativa o projeto Ciência às Cinco, lançado em 1987; um ano mais tarde, a Base de Dados de Filmes em C&T; e, em 1993, o Programa de Tecnologias Apropriadas.

Atuação recente

O Ibict hoje é referência em projetos voltados ao movimento do acesso livre ao conhecimento. Exemplo desse compromisso é a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), lançada em 2002, que utiliza tecnologias de arquivos abertos e integra sistemas de informação de teses e dissertações de instituições de ensino e pesquisa brasileiras. A BDBTD possui um acervo de mais de 126 mil teses e dissertações de 90 instituições de ensino. Isso faz dela a maior biblioteca dessa natureza, no mundo, em número de registros de teses e dissertações de um só país.

Faz parte também da história recente do instituto o lançamento do CanalCiência, portal de divulgação científica e popularização da ciência, concretizado em 2002, que utiliza as mídias audiovisuais como recurso para inclusão de jovens na Sociedade da Informação. O CanalCiência foi indicado ao prêmio da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação como melhor exemplo de conteúdo eletrônico e criatividade dessa categoria.

Em 2005, além de aprimorar os serviços tradicionais, a instituição ampliou sua atuação ao abranger outros segmentos da sociedade carentes de informação organizada na web que ainda não faziam parte da sua comunidade de usuários. Para tanto, criou o Programa de Inclusão Social e passou a utilizar sua expertise em organização, armazenamento e disseminação da informação para apoiar as políticas públicas voltadas ao campo social, notadamente no que diz respeito à implementação de ações diretas no campo da aprendizagem informacional e digital.

Fonte:
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação



12/02/2014 19:47


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