Senado homenageia Artur da Távola



Em sessão especial, o Senado homenageou, nesta terça-feira (10), o ex-senador, escritor e jornalista Artur da Távola. Com a presença da viúva do homenageado, Miriam Ripper, e do filho Eduardo Monteiro de Barros, a sessão foi aberta pelo 2º vice-presidente do Senado, Alvaro Dias, que se referiu ao homenageado como o "genial Artur da Távola".

Alvaro Dias lembrou que Artur da Távola, cassado logo após o golpe militar de 1964, exilou-se na Bolívia e no Chile. Retornou ao Brasil em 1968, passando a dedicar mais 40 dos seus 72 anos de vida a sua militância política e poética.

Já o líder do PSDB no Senado, Arthur Vírgílio (AM), recordou que, para Paulo Alberto, nome de batismo pelo qual o homenageado era chamado entre os amigos, o exílio serviu ao aprimoramento cultural. O parlamentar registrou ainda que Artur da Távola foi fundador, presidente e líder do PSDB.

O senador pelo Amazonas disse que o Senado vive o "ano cultural Artur da Távola". O esmero do homenageado na escolha das palavras, mesmo para uma crônica diária de rádio, foi destacado por Arthur Virgílio. Segundo lembrou, essas crônicas sempre terminavam com a frase: "sou muito grato a quem ouviu e mais ainda a quem apreciou".

- Cada palavra ele queria exata e trocava uma palavra mil vezes ao escrever uma crônica - disse Arthur Virgílio.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) registrou o que tinha em comum com Artur da Távola, além do ideal humanístico e democrático. Simon lembrou que os pais de Artur da Távola eram migrantes que vieram do Líbano para o Rio Grande do Sul e, depois, foram morar no Rio de Janeiro, onde nasceu o filho homenageado.

- Ele era um carioca, mas que preservava os sentimentos mais verdadeiros do Brasil. Perdoem-me os cariocas, mas ele preservava também os sentimentos do Rio Grande do Sul e da cultura libanesa, que nós cultuamos ao longo do tempo - declarou Simon, que foi aparteado pelo senador Marco Maciel (DEM-PE), de quem Artur da Távola também recebeu elogios.

Por sua vez, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) classificou Artur da Távola como "um dos maiores oradores, um dos maiores mestres que passaram aqui nesta Casa, pelo menos no meu tempo de participação na vida política". Depois de se referir à sensibilidade do poeta Artur da Távola na política, Jereissati afirmou:

- Não digo que não há, na política, lugar para homens como Artur. Há, sim. O exemplo dele serve como semente para que esses lugares voltem a ser abertos lentamente dentro da consciência dos brasileiros, dentro do espaço político, do espaço ético, do espaço humanístico da sociedade brasileira.

Em aparte, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), analisou a contribuição do homenageado ao partido e lamentou:

- O fato concreto é que o Brasil e o nosso partido têm perdido valores importantes.

Ao assinalar o caráter nacional da admiração a Artur da Távola, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) contou que no último fim de semana, em Belo Horizonte, testemunhou algumas pessoas lembrarem-se da participação de Artur da Távola na TV Senado. O senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) apontou, em seguida, Artur da Távola como um dos parlamentares de maior presença na emissora.

O senador Marconi Perillo (PSDB-GO) citou o senso de humor demonstrado por Artur da Távola na convivência com amigos e colegas de trabalho. Já os sentimentos dos estudantes de Comunicação por Artur da Távola foram expressos pela senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO).

- Como estudante de Jornalismo em Goiânia, eu lia apaixonadamente os livros de Artur da Távola - comentou.

Lúcia Vânia considerou ainda que o escritor usava os meios de comunicação de massa para fins pedagógicos e, como exemplo, citou o programa Quem tem Medo da Música Clássica, transmitido pela Rádio Senado e pela TV Senado.

Por participar, no mesmo horário, da abertura do Seminário 20 anos da Constituição Cidadã, na Câmara dos Deputados, o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, somente assumiu a coordenação da homenagem a Artur da Távola ao final da sessão. Nessa ocasião, afirmou que a reverência à memória do homenageado será permanente:

- O trabalho de Artur da Távola, o seu esforço, a sua dedicação, tudo aquilo que ele produziu, ao longo de sua vida, aqui, no Senado Federal, não passará - sustentou.

Garibaldi lamentou não ter tido o privilégio de conviver com Artur da Távola no Senado, pois foi eleito para o período subseqüente. De qualquer modo, comentou que, pelos testemunhos que ouviu, Artur da Távola foi um dos senadores mais brilhantes que já passaram pela Casa.



10/06/2008

Agência Senado


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