Senadores ampliam incentivos à preservação e recuperação de áreas degradadas



O novo Código Florestal (PLC 30/2011) aprovado pelos senadores amplia o capítulo que trata de incentivos econômicos e financeiros para preservação e recuperação de áreas florestadas. Até 180 dias depois da publicação do novo código, o poder público deverá instituir programa para incentivar a preservação e a recuperação ambiental.

VEJA MAIS

Foram incluídos, por exemplo, mecanismos para remuneração por serviços ambientais - pagamento ao agricultor que preserva matas nativas, responsáveis pela conservação dos recursos hídricos e dos solos, conservação da beleza cênica natural, a conservação da biodiversidade, regulação do clima, valorização cultural e do conhecimento tradicional ecossistêmico e manutenção de Área de Preservação Permanente (APP) e de reserva legal.

Para incentivar os agricultores que queiram preservar ou recuperar matas nativas, o texto prevê a concessão de créditos agrícolas com juros menores e prazos de pagamento maiores, bem como melhores condições para contratação de seguro agrícola, alem da dedução da APP e da reserva legal da base de cálculo do Imposto Territorial Rural (ITR).

Também foi incluída a possibilidade de o governo federal implantar programas de conversão de multas para todas as propriedades. Para financiar a recomposição ou premiar a preservação, foram sugeridas como fontes de recursos porcentagem da arrecadação de cobrança pelo uso da água ou da arrecadação com o fornecimento de energia elétrica.

Em seu relatório, Jorge Viana (PT-AC) afirma que as regras para estimular a preservação por meio de ganhos econômicos foram aprimoradas no texto aprovado pelo Senado, em comparação com o texto recebido da Câmara. Ele argumenta que os produtores terão mais motivação financeira para preservar ou recuperar o meio ambiente.

O novo código também poderá prever linhas de financiamento especiais para iniciativas de preservação voluntária de vegetação nativa, proteção de espécies da flora ameaçadas de extinção e manejo florestal e agroflorestal sustentáveis. Também fica prevista isenção de impostos para insumos e equipamentos usados em processos de recuperação e manutenção de APP, reserva legal e de uso restrito, como arame, postes de madeira e bombas d'água.

- O projeto inova ao apresentar um conjunto de instrumentos econômicos que incentivam e valorizam a preservação, determinando que o Poder Executivo enviará ao Congresso Nacional as regras para pagamento por serviços ambientais. Portanto, teremos um código não apenas com instrumentos de comando e controle, mas também com instrumentos que estimulam a preservação - afirmou o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), durante a discussão da matéria no Plenário do Senado na noite desta terça-feira (6).

Os benefícios previstos no programa oficial não serão concedidos a imóveis rurais "onde tenha ocorrido supressão ilegal de vegetação nativa após 22 de julho de 2008". Com as mudanças feitas no Senado, o PLC 30/2011 volta à Câmara dos Deputados.



07/12/2011

Agência Senado


Artigos Relacionados


Minc aponta recuperação de áreas degradadas no PA, MT e RO

Invertebrados do solo são bioindicadores de recuperação em áreas degradadas

Fundo pode financiar recuperação de áreas degradadas

Com desmatamento em queda, governo quer investir na recuperação de áreas degradadas na Amazônia

Encontro discute recuperação de áreas degradadas pela mineração no Vale do Paraíba

Meio Ambiente: Curso em Mogi-Guaçu sobre recuperação de áreas degradadas